Muitas pizzas e “bom vinho”. É isso que promete o novo restaurante que abriu na última semana de abril. Um espaço que, garantem, não foi pensado para quem gosta de tirar a clássica foto para o Instagram, nem para quem procura pratos servidos com floreados. No Patife, o objetivo é simples: pegar numa fatia de pizza com a mão e comê-la ao balcão em poucos minutos.
A ideia partiu de três amigos que estavam há anos a adiar a clássica promessa de “um dia vamos abrir um restaurante”. João Maria Bernardino tem uma empresa de design imobiliário, Miguel Varanda gere um negócio familiar de controlo de pragas e Francisco Tavares era sócio do já encerrado Trópico do Cais. Apesar da pouca experiência na restauração, a vontade de fazer algo novo falou mais alto. Quando encontraram um espaço livre na Rua dos Poços Negros, perceberam que era altura de passar do plano à ação.
Ficaram com o local ainda em 2024 e começaram as obras. Pelo caminho, foram descobrindo pormenores que os ajudaram a definir o ambiente do restaurante. A única certeza, desde o início, era que ia ser uma pizzaria. João começou a experimentar receitas em casa, sempre com produtos portugueses. A exceção foi o tomate, que “tinha mesmo de ser italiano”.
“Sempre gostei de estar na cozinha. Quando era mais novo, a minha família tinha o ‘Tartin’ no Chiado e eu passava lá muito tempo. Ainda hoje adoro cozinhar e decidi fazer vários testes até chegar ao nosso produto final”, contou João Maria à NiT.
Em conjunto, decidiram apostar nas pizzas napolitanas. A seguir, procuraram a farinha ideal para garantir uma digestão fácil. Depois veio a parte divertida: os recheios. João Maria, Francisco Tavares e o pizzaiollo, ficaram-se por dez propostas para “devorar à mão”.

A refeição completa é servida nos sete lugares ao balcão, de onde se pode ver o que se passa na cozinha. Para começar, só há uma opção: pão de alho (6€), feito com massa de pizza. Só depois se passa para o prato principal — ou seja, para as pizzas.
Na ementa estão as clássicas marinara (9,50€) e margherita (11€). Mas também há espaço para combinações menos óbvias como a cacio pepe (13€), a shroomz (13,50€) com cogumelos e a Irene (15€), criada em homenagem à avó do pizzaiollo, com creme de abóbora, beringela assada e ragù. A mais pedida é a Patife (14€), com tomate, mozzarella, queijo viso ortodoxo, pepperoni, tomate seco em calda e mel de Alpiarça. No fim, há pizza doce com mascarpone e mel (6€).
Independentemente do que escolher, ali ninguém recebe talheres — a não ser que peça. A ideia é que seja uma refeição prática e descontraída, a qualquer hora. “Tivemos o cuidado de criar uma base que fosse forte o suficiente para que os triângulos fossem dobrados e saboreados à mão.” Em breve, o restaurante vai ganhar uma segunda sala, com mais lugares sentados, bar e possibilidade de prolongar a visita. Por enquanto, há os sete lugares ao balcão e mais dois junto à janela — o spot favorito de quem vai apenas para beber um copo de vinho.
Na carta de bebidas, encontram-se vinhos tintos da região do Dão, disponíveis a copo (4,50€) ou à garrafa (20€), um verde Mar Salgado e um vinho laranja de João Pato da Bairrada. “Quando tivermos o espaço ao lado, vamos aumentar a garrafeira. Agora estamos focados em garantir boa comida”, sublinha João. Para quem não quiser álcool, há chá-preto da casa — e João Maria garante que é “ótimo”.
