A meio do ano, o atelier gastronómico que tinha aberto em plena pandemia abandonou a Rua dos Fanqueiros em busca de um espaço mais amplo, com o objetivo de “apontar à estrela Michelin”. Esta saída do Terroir dos números 182 e 186 da artéria da Baixa deu a Erik Ibrahim, proprietário do restaurante, um local vazio para tentar criar algo novo. O brainstorming deu lugar a uma casa de petiscos com preços acessíveis.
“Almoçar e jantar na Baixa não tem de ser inacessível”, sublinha Erik, que quis apostar nos petiscos portugueses, para provar num ambiente típico de uma tasca moderna. O Petisc’ar abriu a 25 de novembro.
O objetivo era que fosse um espaço “pequeno, mas charmoso”, por isso decidiu manter alguns detalhes da decoração do Terroir, como o azulejo em tons de azul. No entanto, do antigo conceito, foi a única coisa que ficou, porque quiseram criar “uma página em branco”.
“As paredes foram pintadas de branco e decoradas com quadros alusivos a Lisboa, para que a cidade entre pelo espaço. Queríamos algo que representasse um restaurante típico, por isso as mesas são de mármore e mantivemos os azulejos”, conta Pedro Salvação, gerente do Petisc’ar.
Após renovarem o local, agora com espaço para 40 pessoas e uma cozinha aberta para que os clientes possam ver tudo a ser preparado, lançaram-se à carta. Idealizada pelo chef Guilherme Sousa, que passou pelas cozinhas do Ocean, Fortaleza do Guincho e Fifty Seconds, a carta baseia-se em petiscos nacionais feitos com produtos sazonais.
O menu divide-se entre petiscos e quatro pratos principais, executados pelo chef Israel da Silva. O objetivo é que os clientes possam pedir diferentes propostas e partilhar enquanto saboreiam um copo de vinho da carta, composta exclusivamente por apostas portuguesas, que, segundo os responsáveis, “servem para dar destaque à riqueza das tradições nacionais”.
“Desta forma, como temos um espaço pequeno, conseguimos que os pratos sejam servidos paulatinamente e os clientes não se sintam atropelados com opções”, diz o responsável de 33 anos. Os pedidos mais feitos na cozinha são os pastéis de bacalhau (4€) e as gambas al guillo (10,50€) para entrada, e o polvo no forno, acompanhado com batata-doce (16€), e as bochechas de porco (15€) para prato principal.
Com apenas duas semanas de funcionamento, Pedro Salvação acredita que as propostas mais elogiadas poderão mudar, mas destaca na secção dos petiscos os ovos rotos (7€), os clássicos peixinhos-da-horta (4,50€) e o pica-pau (12€). Nos pratos principais, os clientes podem ainda escolher um bitoque (14,50€) ou um bacalhau à Brás (14,50€).
A estrela das sobremesas é o leite creme feito e queimado na hora (5€), mas o pudim flan (5€) e a mousse de chocolate (5€) também recebem elogios.
As opções estão expostas num quadro de lousa e escritas a giz, colocado à porta, em jeito de convite. “Queremos que todos se sintam bem em entrar e provar os nossos petiscos, mas para tal temos de convidá-los de alguma forma. Este quadro traz nostalgia, tradição e anuncia o tipo de conceito que temos”, conclui o gerente.