A maioria prefere cerveja, mas a sidra tem cada vez mais fãs e sabores. A versão tradicional da bebida é preparada com sumo fermentado de maçã e graças à sua popularidade crescente em território nacional, passou a vender-se à pressão em Portugal. Atualmente, já é possível encontrar sidras de pêra e frutos vermelhos e todos os dias chegam ao mercado novas propostas.
Uma delas é a Sidrada, produzida na zona do Bombarral. O portfólio da empresa inclui uma sidra apenas feita com uma variedade de maçã e outra que chega a usar três na sua preparação. A Vadia surgiu com um leque de cervejas artesanais, mas depressa percebeu que também se podia virar para as sidras. Assim o fez e até conseguiu um prémio nos World Cider Awards, em 2018. Já a Musa, em Marvila, Lisboa, é outra das marcas que, apesar de ter começado por apostar nas cervejas, já tem também algumas sugestões de sidra. Existem ainda outras marcas menos conhecidas, mas com igual qualidade de produto, como a Faca Nos Dentes e a Alfa.
Assim como Portugal apostou nesta bebida, outros países fizeram o mesmo — e Hanna e Misha Lytvynenko sabem-no bem. Por isso mesmo é que sempre que passeiam fazem questão de conhecer as propostas de sidra de cada país. E trazem as melhores para Portugal. Agora, estão todas à venda no Pomme Eatery.
Estamos a falar do novo projeto dos responsáveis por outros sucessos em Lisboa, como o Heim, o Seagull ou o Kefi. Apostamos que ainda se recorda deles, o casal ucraniano que sempre quis viver perto do mar. “Abrir um café e bar era o nosso sonho e agora tornou-se realidade. Quando estivemos aqui pela primeira vez, apaixonámo-nos por esta cidade linda e perguntámo-nos: porque não?”, disse Hanna à NiT, em 2017, ano em que abriu o Heim Café.
Os dois já tinham trabalhado em restaurantes em Kiev, a capital da Ucrânia. Mudaram-se para Portugal em 2015, e foram para Lagos, no Algarve — Misha trabalhava na cozinha do Barbosa Bar & Kitchen. No início de 2017, decidiram viver em Lisboa e arranjar uma casa em Alcântara, onde já tinham estado de férias quando ainda viviam no país do leste da Europa, e dar forma ao sonho.
Seis anos depois, não só mantêm o primeiro projeto, como já abriram outros três. O terceiro acabou de ser inaugurado (a 26 de junho). Depois do brunch, dos jantares de conforto e da comida grega, foi a vez de homenagearem a bebida de que tanto gostam.
Pomme Eatery. O nome pode dar a entender que ali se comem apenas maças — e a ideia não é totalmente descabida, bem sabemos. Contudo, no número 18 da Rua Nova de São Mamede a fruta não se mastiga, mas bebe-se em copos de sidra.
“Os proprietários adoram sidras. Quando viajam, procuram sempre provar novas sidras. Então, tiveram a ideia de abrir um espaço para dar a conhecer esta bebida. Temos propostas de toda a Europa: Alemanha, Dinamarca, Portugal, França. O objetivo é termos também referências de outros países. No fundo, queríamos trazer um pouco do mundo para os nossos convidados”, começa por contar à NiT Emily Livramento, gerente do novo restaurante.
É caso para dizer que se trata de uma espécie de fusão de culturas à mesa. E a carta de bebidas não tem apenas sidras, mas também vinhos naturais, kombuchas e cocktails. Tudo servido fresco, para acompanhar a carta de comidas, que também chega de diferentes coordenadas geográficas.
“Optámos por um conceito de pequenas porções para serem partilhadas com amigos e familiares. Queremos que cada cliente sinta que os pratos transbordam sensações, momentos”, continua a explicar. A ideia é simples: no Pomme Eatery tanto se pode parar para beber um copo e trabalhar ao computador, como almoçar um prato leve, fazer um lanche mais completo, ou aproveitar o final do dia para relaxar com os amigos num jantar ao som de boa música.
Sobre a carta, essa, podemos já adiantar que não tem cá aquela divisão entre entradas e pratos principais. A refeição faz-se com pratos para partilhar — e pode contar com muitos sabores. Há cenouras assadas com molho de iogurte e quinoa crocante (8€), uma salada de maçã, aipo, cenoura, erva-doce, nozes caramelizadas, passas e molho de iogurte (8.50€), croquetes de cogumelos, queijo, batata e molho aioli fumado (6€), carpaccio de polvo com maio-kimchi e maionese de azeitona (12€) asas de frango com molho dorblu, um queijo azul (9€) e um já famoso frango Kyiv, com puré, óleo de paprika e cebolete (13€).
“É um dos bestsellers, com uma história por trás. O Misha, o dono do espaço, é também o chef — e queria trazer um pouco da infância dele para o Pomme. Lembrou-se então de trazer este prato, porque era um dos que a mãe lhe fazia quando era miúdo. É uma receita muito conhecida na Ucrânia, portanto, fazia todo o sentido”, comenta Emily. E, sim, e as populares batatas fritas de alecrim com parmesão servidas no Kefi também podem ser pedidas aqui.
“A oferta gastronómica é multicultural, temos diversos pratos com sabores diferentes e combinações perfeitas. Vamos ter ainda novos vinhos naturais e sidras no nosso cardápio. São alterados periodicamente à medida que são produzidos em pequena escala, com edições limitadas. As provas são muitas vezes feitas com os nossos fornecedores e colaboradores, para que todos conheçam melhor os perfis gustativos e qual o prato que melhor combina”, acrescenta.
No Pomme Eatery há lugares ao balcão, mesas individuais e uma fila de mesas no centro do restaurante. É aí onde se podem sentar os grupos maiores. “O espaço não é muito grande, mas é acolhedor. Leva 40 ou 45 pessoas, e aceitamos reservas de grupo. Em breve, teremos também esplanada.”
Até agora, confessa a gerente, a experiência não podia estar a correr melhor. “Estamos a receber pessoas de todo o lado. É ótimo ver os clientes a descobrirem sidras que dificilmente encontrariam em Lisboa.” Houve até um artista célebre que não perdeu a oportunidade de passar pelo novo espaço quando esteve em Portugal: Harry Styles.
“Recentemente recebemos o Harry na nossa casa. Foi super amigável e empático com toda a equipa. Estamos profundamente gratos pela visita. Até a próxima”, escreveram os responsáveis numa publicação no Instagram no dia 21 de julho.
A seguir, carregue na galeria para ficar a conhecer melhor o novo restaurante da capital.
