Se ainda acredita que os vegans só comem comida sem sabor, há mais um restaurante em Lisboa que o vai fazer mudar de ideias. O Powerplant abriu a 11 de dezembro no rés-do-chão do Selina (um espaço perto do Cais do Sodré que combina coworking e alojamento) e chegou para mostrar que a comida plant based também pode ser aliciante e irresistível. Um dos mais recentes é
“O Powerplant nasce de uma ideia que surgiu dentro do próprio Selina. Quando me convidaram para fazer parte desta operação e eu soube que era vegan, fiquei muito entusiasmado porque sempre foi uma paixão”, conta à NiT João Augusto, o chef do restaurante. No seu currículo conta com a presença em espaços como o Vila Bica, onde ainda permanece.
João também já trabalhou num resort na Indonésia. Foram as experiências que ali ganhou que o ajudaram a criar a ementa, algo que lhe foi “muito natural”. “Quero dar a entender que ser vegan não é uma limitação e tampouco é difícil como as pessoas pensam”, explica o chef de 36 anos. Por ali, encontram-se muitos pratos de conforto que não são exageradamente elaborados.
O menu foi criado com base no que João gosta de comer e segundo a máxima que defende: “comida para toda a gente.” Um dos bestsellers chama-se corn fritters e custa 8€. “É algo que me recorda a Indonésia”, aponta. É, essencialmente, uma maçaroca de milho com manteiga, coentros e sambal, um condimento muito utilizado naquele país.
Os pratos com cogumelos da ementa também são muito elogiados. Uma das propostas junta estes fungos a molho de trufa e alho assado, manteiga de abóbora, sementes e abóbora assada (12€). João Augusto destaca um das suas propostas favoritas: a katsu sando (10€), uma sandes de bolbo de aipo assado, molho de tártaro, couve e tajin, “uma especiaria mexicana que é cítrica, picante e salgada ao mesmo tempo”. O Powerplant também serve pequeno-almoço, disponibilizando pratos como tofu mexido (8€), taco com jaca, abacate, pico de gallo, coentros, chipotle, sour cream e tajin (10€), entre muitos outros.
Todas as refeições são servidas num espaço que o chef descreve como “industrial”. “Também é um conceito virado para plantas, pelo que se encontram muitas delas pelo restaurante”. Além disso, é abundante em néons e peças antigas, como globos terrestres e gira-discos. Não se queriam centrar apenas na comida, dando palco ao convívio.
A atmosfera é bastante jovem e trendy, muito virada para os nómadas digitais que passam pelo Selina para trabalharem. “Nós tentámos fazer esta ponte. Temos um balcão onde as pessoas se podem sentar com o computador”, realça. Se durante o dia é um espaço descontraído, a noite é sinónimo de animação.
“Dá para jantar e ouvir música antes de saírem para outro sítio”, aponta João. De quarta-feira a sábado o restaurante recebe DJs nacionais e internacionais. No entanto, o palco está aberto a todos os que queiram mostrar o seu trabalho. “Os hóspedes podem pedir para tocar, oferecemos essa possibilidade. Estamos abertos a qualquer proposta, quer sejam DJs ou não”, realça. “Fica uma atmosfera dançável”, portanto.
Além dos pratos plant based, as batidas podem ser acompanhadas por cocktails criados por Valdano Carvalho, também responsável pelo restaurante. Não faltam propostas tradicionais, tais como Moscow Mule (10€), Caipirinha (10€), Negroni (11€), Dark n’Stormy (11€), Margarita (10€), Cosmopolitan (11€), entre vários outros. A carta vai crescer em breve. “Já temos uma boa oferta, mas não está desenvolvida da maneira que pretendemos. Queremos ter mais cocktails de autor”, revela.
Embora esteja aberto há cerca de um mês, “o feedback tem sido muito bom”. É um restaurante plant based, sim, mas está a conquistar muitos carnívoros. “Mesmo os que não são vegan acabam por ter uma boa experiência.” Uma das coisas que o mais chef gosta de ouvir é quando os clientes afirmam que “ser vegan assim não é difícil”.
Carregue na galeria e fique a conheça melhor o Powerplant e alguns dos pratos que poderá provar por lá.