Em “Tampopo”, uma comédia japonesa de 1985, um mestre ensina um jovem a comer uma taça de ramen segundo as rígidas regras aprendidas durante uma vida de 40 anos a estudar este prato. Se o tal mestre passasse esta semana pelo RO, no Porto, talvez não achasse piada à receita que o restaurante recuperou para a comemoração do oitavo aniversário.
Para comemorar o aniversário decidiram recuperar um conceito lançado por altura da pandemia e que se revelou um sucesso. Chama-se Roda da Vida e, nesta roda, giram os chefs convidados para darem o seu toque à especialidade japonesa. A primeira foi uma moqueca, inventada por João Ribeiro, do Goela, e a segunda é um ramen de francesinha, uma ideia de Pedro Braga, chef e proprietário do Mito.
“Trata-se de um regresso do passado. Em 2020 chamávamos-lhe ramen de salsicha e linguiça do Leandro. Desta vez fomos ao cerne da questão. É uma massa feita com os sabores da francesinha. O molho leva vinho do Porto, tomate e cerveja e a bowl couve, os enchidos, ovo em picles de cerveja e queijo à parte”, explica João Lameiras à NiT.
Para a semana será a vez de Verónica e António da Brites. Lameiras confessa que ainda não pode adiantar do que se irá tratar, mas admite que será uma entrada com massa mãe. O último prato está nas mãos de João Magalhães, do Pata Gorda. “Vai ser algo à volta dos sabores portugueses.”
Até sexta-feira pode provar o ramen de francesinha no RO por 15€. Depois disso, não há data para um eventual regresso. “A nossa ideia agora é ser mais dinâmico. Temos um quadro onde apontamos os ramens que criamos e vamos trocando”, remata.
O restaurante abriu em novembro de 2016 pelas mãos de João Lameiras e Francisco Bonneville. Os pratos sempre foram feitos a quatro mãos e da cozinha tanto saem versões tradicionais como variantes assentes em ideias mais criativas.