Ali, os mariscos são os protagonistas e devem ser comidos à mão. Esta descrição, que poderia ser de um spot na praia, também se aplica ao novo restaurante do chef Olivier da Costa. O Real Pérola, no Príncipe Real, abriu a 15 de outubro. “Consideramos este conceito uma marisqueira chique”, começa por explicar Joel Pires, diretor de marketing da marca.
“É um snack-mar que, tal como acontece nos snack bars, tem propostas que podem ser comidas à mão”, acrescenta. “Não podemos canibalizar-nos, por isso, quando pensamos em novos espaços, temos também de pensar em conceitos inovadores, que não colidam com o que já temos. Neste caso só vamos ter dois pratos mais compostos, o arroz de marisco e o bife Olivier, que já é um bestseller da casa e que decidimos trazer.”
A localização não é desconhecida para o grupo, uma vez que o novo restaurante fica a duas portas do antigo Yakuza First Floor, que, em 2021, se mudou para a Avenida da Liberdade. Mas, mais do que isso, é um local com história que a marca queria recuperar.
“O Real Pérola está num edifício que fazia parte do conjunto original da Real Fábrica das Sedas, construída em 1741 neste local pela proximidade ao Aqueduto das Águas Livres. Ali ao lado plantaram-se centenas de amoreiras, de cuja folha se alimenta o bicho-da-seda. A árvore deu o nome ao local até hoje. Ali havia vários edifícios, que, com as invasões francesas de 1807, a ida da corte para o Brasil e toda a turbulência política da altura, acabaram vendidos. A parte onde agora abrimos o restaurante já foi uma padaria”, revela Joel Pires.
Onde agora se encontram duas das salas interiores do espaço, existia antes uma panificadora. E o balcão, onde agora os clientes podem almoçar, serviu para a venda do pão na década de 1920. Mas pouco mais se sabe sobre o antigo negócio que ali morou. “Sabemos que existiam grandes fornos de tijolo burro, mas não conseguimos descobrir o nome do negócio ou o que lhe aconteceu depois”, ressalva.
Aquilo que sabiam é que o teto antigo era para manter. Com a ajuda da designer Camilla Degli Esposti, que já tinha emprestado o seu talento a outros projetos do grupo, conseguiram recuperá-lo, respeitando a traça original, e depois disso começaram a pensar na decoração do restaurante. “A Camilla diz que foi um projeto feito de cima para baixo, o que é incomum. Trouxe muita sofisticação e conseguiu equilibrar o passado com o moderno”, refere.
O ambiente elegante contrasta com o conceito de snack-bar, onde é sugerido aos clientes que comam com as mãos. As ostras, oriundas do Algarve, do Sado, de Aveiro e de França, são a estrela da casa. São servidas frescas e os preços variam consoante a origem entre 18€ e os 24€. Para acompanhar estes petiscos, para entradas, os clientes podem ainda pedir amêijoa à Bulhão Pato (26€), o camarão à guilho (25€), o lingueirão shishô (23€) e o tártaro real (29€).
Entre os pratos principais, a pata de caranguejo-real (95€), as vieiras trufadas (25€), o arroz de marisco (85€), o prego de atum (21€) e o bun real (35€) brilham. Para quem prefere carne, o chef sugere o bife Olivier (35€), o tártaro de novilho (25€) ou o pica-pau (33€). Quem procurar essencialmente marisco poderá deliciar-se com carabineiros (39€), o camarão tigre com molho real (39€), o lavagante (47€), a lagosta (140€), a gamba da costa (18€ a dúzia), entre outros diferentes tipos de camarão.
A secção de sobremesas inclui bolo de bolacha (8€), de chocolate (8€), quindim (7€) e mousse de manga (8€). E, para acompanhar isto tudo, o grupo sugere uma passagem pela vinoteca, onde figuram referências nacionais e, sendo um bar dedicado às ostras, champanhe francês. Na hora de escolher, o sommelier Lucas Laranjo Jaques, está disponível para aconselhar o melhor pairing, consoante os petiscos e pratos pedidos.
O Real Pérola está dividido em três ambientes distintos: a sala principal, que como peça de destaque tem o deslumbrante balcão central, onde os clientes podem assistir de perto à preparação dos frutos do mar. É dali que se pode também admirar o teto restaurado.
“Ao passar para a sala de transição, a atmosfera muda subtilmente, com uma paleta de cores vibrantes e ousadas, em tons de menta e verde-floresta, criando um ambiente mais dinâmico.” No último espaço foi feita uma “reinterpretação contemporânea de uma tasca tradicional portuguesa, com azulejos geométricos pintados à mão e espelhos estrategicamente posicionados para refletir a energia do longo balcão”.
“Além da comida de qualidade, preparada com técnicas exímias, não esquecemos estes detalhes. Atualmente, os olhos também comem e queremos oferecer uma experiência completa”, conclui Joel Pires.
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