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Restaurantes

Restaurante em Arroios escondia um alojamento ilegal para imigrantes

"Isto é vergonhoso. Envergonha-me, como cidadão, ver o estado a que o País chegou", disse Carlos Moedas.

O Suriname’s King, um restaurante que abriu em Arroios, mais especificamente na Rua Gomes Freire, em 2022, foi encerrado em definitivo pelas autoridades esta quarta-feira, 21 de maio. Por detrás das portas do staff, escondia-se um alojamento ilegal (não estava registado para fins habitacionais) para imigrantes indianos. 

“Nós já realizámos cerca de 400 fiscalizações neste mandato, muitas delas em espaços como bares ou restaurantes que não estão a ser usados para a sua função original”, disse Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, ao jornal “Correio da Manhã”. “Esta é apenas mais uma destas operações. Não podemos permitir isto na cidade”.

A fiscalização ocorreu devido à denúncia de vários moradores da zona que estavam cada vez mais preocupados com a movimentação crescente de pessoas, “o que colocava em causa a saúde pública e a segurança”. Na zona de entrada do espaço, porém, não se encontrava ninguém — apenas havia um pequeno balcão de madeira e uma porta por onde poderiam entrar os funcionários. Esta entrada seguia para uma área com bicicletas, botijas de gás e cerca de 30 camas.

“Não posso dizer nada, o meu chefe é que sabe”, disse um dos supostos funcionários ao jornal “Público”. O trabalhador também avançou que, ali, apenas se faziam refeições para as pessoas vindas do Bangladesh.

Esta infração não é um caso isolado. Durante a operação, Carlos Moedas contou que, recentemente, foram fiscalizadas cerca de 40 lojas de lembranças que também serviam de alojamentos ilegais.

Quanto à freguesia de Arroios, o autarca revelou que ali também foram removidas “quase uma centena de tendas que se encontravam junto à Igreja dos Anjos”. Após a operação, foi contactada a Santa Casa de Misericórdia, que ajudará as autoridades a “atuar em conformidade”.

“A AIMA e os serviços de estrangeiros têm de colaborar na procura de soluções. Isto é vergonhoso. Envergonha-me, como cidadão, ver o estado a que o País chegou, sem que ninguém tenha feito nada até agora”, concluiu Moedas.

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