Restaurantes

Restaurante que nasceu num antigo palacete em Seia tem sempre lista de espera

O Ego, na Guarda, tem espaços para café, chá, shots e tapas. A esplanada atrai visitantes de todo o País.
Alice queria um conceito diferente.

Quando se cruzou com uma casa abandonada no centro de Seia, na Guarda, Alice Gomes soube logo que a queria transformar. Naquele momento, percebeu que o edifício imponente podia ser transformado numa panóplia de coisas: um hotel, um alojamento ou até mesmo uma residência. Porém, riscou todas essas opções e, em vez disso, tornou-o num restaurante.

“Isto é uma aldeia e as pessoas imaginaram que podia ser um espaço habitacional. Quando o abri desta forma, foi um choque. Estava muito à frente”, conta à NiT Alice Gomes, de 48 anos, que meteu mãos à obra ainda em 2006. “Olhei, entrei e vi um bocado da minha história.”

A fundadora trabalhou a vida inteira na área da hotelaria, então quis tentar algo diferente. Ao mesmo tempo, sempre viajou muito — viveu 5 anos em Cabo Verde — e o contacto com outras realidades fê-la querer construir algo seu, mas com um toque pessoal. Dos chás que trouxe da Tunísia às memórias em Espanha, tinha uma bagagem cheia de memórias.

Assim começou a história do Espaço Ego, que comemorou 17 anos no passado dia 5 de setembro. E, embora confesse que “nem sempre foi fácil”, esta sua casa tornou-se um sucesso tão grande para os habitantes (e não só) conta muitas vezes com listas de espera.

“À hora de almoço, é sempre complicado arranjar mesa. E, aos fins de semana, tem que ser com uma reserva mais antecipada. É uma casa muito movimentada”, diz. O objetivo inicial era juntar várias pessoas, desde executivos a bancários, para se poderem reunir ali durante a hora de almoço.

Antes de chegar às mãos da fundadora, e de se tornar num ponto de visita obrigatório, era um palacete com mais de 400 anos, com várias salas. De um lado as senhoras tomavam chá, do outro os senhores juntavam-se para shots. Tinham ainda a sala onde se servia o café e, por fim, um canto dedicado às tapas.

No início, Alice definiu que o conceito passaria com um lounge, mantendo a divisão inicial do palacete. Por isso, todas as partes do spot (que “faz bem ao ego”, como o nome indica) têm um nome: o Ego Caffé, Ego Chá, Ego Shots e Ego Tapas eram, até recentemente, as únicas ofertas do negócio.

“Ao longo do tempo, fui ganhando o gosto pela cozinha. Já tinha trabalhado num restaurante e, durante a pandemia, foi uma altura em que tive de me reinventar”, acrescenta. Começou por fazer comida para take-away e serviços ao domicílio até que a identidade do espaço deu as mãos à restauração.

Todos os pratos são feitos à base de produtos caseiros. “São mesmo feitos com carinho, porque gosto de estar na cozinha e tento sempre inovar”, seja a nível do menu ou daquilo que os clientes podem encontrar no Ego. Está sempre a transformar-se.

Uma das novidades mais recentes foi a abertura de uma esplanada para os clientes poderem almoçar ou jantar. Esta zona exterior foi aberta durante o verão e é um dos elementos mais elogiados pelos clientes: “Vejo todas as críticas. Em 2023, as únicas que vi foram muito positivas e a agradecer-me por ter esta ideia”, diz.

Feitas as contas, o restaurante tem capacidade para 280 pessoas. Quando esteve a trabalhar com o Festival Internacional da Canção da Serra da Estrela, que decorreu em julho, sentou um total de 180 pessoas na parte de cima e mais 100 na parte de baixo do restaurante. “Fiz as refeições para o pessoal e vieram pessoas de várias partes do mundo, como da China ou da Austrália.”

Quem sobe até à casa de banho, cruza-se ainda com uma banheira que ficou do palacete. “Nunca foi utilizada”, mas é um toque que “dá mais glamour” a uma decoração, com tanto de acolhedor como de requintado. Uma mistura que parece agradar quem descobre este canto.

Por lá, pode provar alguns dos pratos mais procurados. A tosta de frango (3,50€) “é a loucura”, mas o hambúrguer Full (7,50€) também é um bestseller. Alice destaca ainda o entrecôte na grelha (16,50€), o bacalhau com natas (13,50€), o lombo de salmão (14,50€) e a mistura de peixes com uma base de fruta tropical (17,50€).

A acompanhar a refeição, durante os fins de semana, os clientes contam ainda com sessões de jazz, instrumentistas e outras animações. “Às vezes colocamos velas a acompanhar as atuações”, reforça a fundadora. “É um espaço completamente diferente.”

Aproveite e carregue na galeria para conhecer melhor o Espaço Ego, o novo restaurante de Seia.

 

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Av. Dr. Afonso Costa, 30
    6270-481 Seia
  • HORÁRIO
  • Segunda, quarta e quinta-feira das 12h às 00h
  • Terça-feira das 12h às 01h
  • Sexta-feira e sábado das 12h às 02h
PREÇO MÉDIO
Entre 10€ e 20€

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