A primeira gala do Guia Michelin em Portugal, que se realizou esta terça-feira, 27 de fevereiro, em Albufeira, não se ficou apenas pela entrega de estrelas aos restaurantes mais famosos. Na verdade, a cerimónia contou com algumas categorias inéditas, como o prémio Jovem Chef. Neste caso, a grande vencedora foi Rita Magro, de 27 anos.
“Ainda é difícil expressar emoções. Sinto-me extremamente feliz e orgulhosa. Obviamente que isto é o reconhecimento de muito trabalho e de muita coisa que está por trás”, conta à NiT.
A jovem é uma aprendiz do chef Vítor Matos (que também se destacou nesta primeira edição dos galardões), e está totalmente ciente de que o mérito não é unicamente dela. “Não valeria a pena se não tivesse rodeada de muita gente a trabalhar da mesma forma que eu. Isso ajuda-me imenso”.
Foi apanhada de surpresa pelo prémio. Afinal, pensava que estava ali apenas para receber “distinções para o Blind”, que também ganhou o prémio de Restaurante Recomendado no Guia Michelin. O estabelecimento foi inaugurado em 2020 e integra o Torel Palace Porto. O seu nome é um tributo ao romance “Ensaio Sobre a Cegueira”, escrito por José Saramago.
“É, sem dúvida, um reconhecimento pessoal enorme, e mostra o que estamos a fazer no Blind, o sítio onde tenho trabalhado nos últimos anos”, comenta. Antes de se juntar à equipa, já tinha passado por spots como o Vila Vita Parc Resort, Salpoente e Antiqvvm (que tem duas estrelas Michelin).
O facto de ser mulher faz com que a vitória saiba ainda melhor — e dá-lhe a certeza de que é um passo na direção certa. “Para nós, é realmente uma luta termos este tipo de protagonismo. Espero que este seja o caminho a seguir, por todas nós”, comenta Rita Magro.
A chef vê agora um percurso bem definido para a sua carreira, ao contrário do que acontecia na adolescência. Em boa verdade, quando tinha 17 anos, a vida era bem mais confusa. Como a própria diz: “Não sabia bem o que queria fazer, mas não seria nada disto”. Estava mais virada para algo relacionado com as ciências. “Mas depois, o meu irmão começou a cozinhar umas coisas diferentes em casa e eu achei muito piada àquilo”, conta à NiT.
Em conjunto, prepararam pratos que nunca pensou vir a confecionar. Foi assim que nasceu a paixão pela cozinha que, volvidos cerca de dez anos, a traria até aqui. “Percebi que era o que realmente gostava de fazer”.
Se o seu irmão foi uma inspiração numa fase (mesmo) muito inicial neste caminho, agora vê em Vítor Matos o profissional que quer ser no futuro. “Trabalhar com ele é realmente incrível, por isso é que estou há tantos anos ao lado dele”.
Antes de entrar no Blind, tinha estado no Antiqvvm, que pertence ao mesmo chef — e que nesta terça-feira venceu a segunda estrela Michelin. “Estou contentíssima por ele, que nem sempre acredita tanto como deveria nele próprio”.
Carregue na galeria e conheça melhor o restaurante Blind, onde Rita Magro trabalha. Aproveite e leia também o artigo onde revelamos quais são os espaços com estrela Michelin no novo guia vermelho em Portugal.
