Costuma dizer-se que onde há fumo, há fogo. E o fogo é certamente a estrela do Roast, o novo projeto com assinatura de Miguel Rocha Vieira. Fumo, não há — mas quem passa pelo novo hotel Holiday INN da cidade repara no enorme e brilhante sinal que indica a morada do mais recente restaurante da cidade.
No último ano, o chef tem andado a alta velocidade de norte a sul do País a criar conceitos diferentes e a “democratizar os restaurantes de hotéis”. Desta vez, a aposta recai nas carnes assadas na brasa e no espeto. O Roast, de portas abertas desde meados de outubro, está inserido no novo hotel Holiday Inn Express Porto – Boavista.
O projeto faz parte do plano ambicioso da Ace Hospitality Management (AHM) de repensar os espaços de restauração e conceitos gastronómicos de todos os seus hotéis. O chef português foi desafiado a ter um papel de consultor na empresa. E embora nunca tenha estado neste cargo, admite que está a adorar o desafio. “Passei da minha própria clausura, dentro de uma cozinha, para estar sempre de um lado para o outro a conhecer novas pessoas. Tem sido desafiante, mas incrível”, revela.
Além de procurar desmistificar os restaurantes de hotéis, o chef quer também criar conceitos que se diferenciem no meio onde estão inseridos. No caso deste novo espaço, Miguel Rocha Vieira apostou num local onde seja possível fazer um almoço rápido, mas com opções que vão além do habitual. “Como o espaço permitia, recorremos a uma máquina, a Rotisserie, que permite assar todos os ingredientes lentamente, dando-lhe ainda mais sabor. Além de ser sustentável para o serviço, garante a qualidade e a diferença que procurávamos”, explica o chef à NiT.
De segunda a sexta-feira, o Roast foca-se em almoços executivos para o qual desenvolveu um formato de menu pago à chegada e que contempla três opções: roast do dia com dois acompanhamentos e café (10,50€); roast do dia com sopa ou sobremesa e café (13€); e, por último, uma versão mais completa que inclui roast do dia com dois acompanhamentos, sopa, sobremesa e café por 14€.
Todos os dias há uma proteína diferente. Pode ser barriga de porco ou cachaço de bacalhau, noutro dia, franguinho da Guia, lombo de salmão ou eventualmente costela mendinha. Os vegetarianos não foram esquecidos. Todos os dias há opções de proteínas de origem não animal, como couve-flor com uvas e molho de caril, abóbora com requeijão, cenoura com grão-de-bico e especiarias do norte de África, beringela, quinoa e groselhas e brócolos, bimis e amêndoas.
Durante a tarde, a carta disponível é vocacionada para agradar a quem gosta de trabalhar em locais sossegados mas fora de casa e, por isso mesmo, aposta nos snacks. Miguel Rocha Vieira escolheu acrescentar uma salada César clássica (7,5€) e uma versão com frango e bacon (8€), assim como um wrap de pulled pork (9€), outro vegetariano (9€), uma club sandwich Roast (9€) e nachos com guacamole (4€) para quem prefere partilhar.
Para os jantares e fins de semana, o menu surge mais composto, “mantendo a atenção no produto e na sua confeção a baixa temperatura”. “Para petiscar antes da refeição, sugerimos os palitos de batata-doce com aioli, molho barbecue e maionese de sriracha (2,5€), os croquetes de frango (4€), a salada de burrata com tomates assados (9€) ou o pastel de massa tenra com legumes BIO e requeijão (5€)”, adianta o chef.
Nos pratos quentes o protagonismo é dado ao frango da Guia com batata chips, salada do chef e molho roast (14,5€) e ao lombo de novilho com esparregado, batata a murro e molho de carne (17€). Pode também provar filetes de robalo com cenouras e grão (16€) e as lascas de bacalhau com broa, puré de brócolos e bimis (17€).
Nas sobremesas não falta a mousse de chocolate e vinho do Porto (3,5€), o cheesecake de ananás assado (3€), o tiramisú (3,5€) e, claro, a fruta da época (3€). Em breve pretendem disponibilizar o formato de take-away.
O nome do restaurante, como é fácil de ver, não foi difícil de escolher. E para condizer com o nome, no momento do café, o cliente pode escolher o nível da torra (roast, em inglês) do dito cujo. “Foi uma brincadeira que ficou no ouvido, por isso é fácil de fixar.”
Rocha Vieira prossegue assim o plano desta nova fase da carreira, à medida que procura transformar os restaurantes dos hotéis num local que todos vejam como uma boa opção para jantar fora. “A ideia é que vás jantar três ou quatro vezes ao sítio e só à quarta é que te apercebes que estás num hotel. Queremos quebrar esse preconceito. Queremos abrir os espaços à rua. Dizer às pessoas que só por acaso é que somos um restaurante que está num hotel”, explicou. “Se agora falarmos em dez restaurantes para irmos jantar hoje, provavelmente nenhum será num hotel. Queremos ser pioneiros nessa mudança de pensamento. O futuro desta indústria está aí.”
O restaurante tem 56 lugares e uma decoração simples para se afirmar como um conceito de proximidade. Este reforça a presença da marca Holiday Inn no Porto, cuja gestão é assegurada pela empresa AHM que integra o Grupo Mercan Properties. A cadeia está presente em Portugal desde 2015 e conta atualmente com 32 empreendimentos por todo o País.