Em Vila Franca de Xira, o chef Pedro Teles tem quase tudo controlado. Há dez anos abriu por lá o 150 Gramas, ao que se seguiu a Bodega 150. E depois de instalar uma food truck no 8Marvila, em Lisboa, atirou-se de cabeça para um novo projeto, em Valada do Ribatejo: o Rural 150.
O espaço, a funcionar desde junho, mora nas instalações do SóRio. “Fica mesmo em cima do rio, no parque que tem imensas atividades para miúdos e adultos. Há muito para fazer, sobretudo atividades na água. Os clientes até podem chegar de barco, sair no cais, e almoçar por lá”, explica à NiT sobre a decisão de assumir a gestão do negócio.
“Eu já era cliente. Tenho três filhos, vinha cá muitas vezes. O convite surgiu e ficamos encantados. É espetacular trabalhar ali com a cozinha aberta.”
A uma hora de Lisboa, o Rural 150 promete animação, sobretudo no verão. “Tem uma esplanada gigante, temos tido música ao vivo. Tem essa vantagem porque está longe da cidade, embora esteja aqui ao lado de Vila Franca de Xira. Ainda assim, mantém um caráter muito rural.”
A cozinha “é de partilha” e combina “sabores tradicionais com técnica e criatividade”, assegura. “Optámos por ter doses não muito grandes, a preços justos, mas sempre a apostar nos produtos e fornecedores locais. Tudo com um serviço descontraído.”
A azáfama do parque aventura é grande no verão, nem tanto no inverno; um handicap que o chef pretende contornar com o apelo da comida, para que convença os locais e não só a fazerem uma viagem até Valada.
E o que é que se vai provar por lá? Apenas e só pratos de que o chef gosta.
“Não faço nada por ser moda. Faço porque gosto. É só assim que sei trabalhar”, frisa, enquanto aponta para o yakitori de fígado de pato com molho romesco (8€). “Estas iscas de pato… o meu pai adora iscas e tentei fazer aqui uma coisa diferente”, explica.
O responsável orgulha-se também das lascas de vaca curada (8€), a meio caminho entre o cru e o curado; e ainda o Bikini de rabo de boi (10€), uma sandes com queijo Cheddar, manteiga de trufa e um demi glace. “Uma verdadeira bomba calórica”.
O picanço prossegue com uns croquetes de ossobucco com anchova (2,5€), um mini brioche de caranguejo de casca mole (6€) — que, assume, tem feito sucesso fora de portas, sobretudo pelos detalhes como o wasabi em pó de lamber os dedos — e gamba do Algarve com com maionese de gengibre e pão torrado (12€).
Os petiscos estrela dividem-se em três categorias: terra, mar e campo. Conte com um pica-pau coreano (14€), um tártaro maturado com ovas de ouriço do mar (16€), cogumelos assados de coentrada e gema (12€), linguado com beurre blanc e alcaparras (32€) ou um arroz socarrat de lagostim do rio e enguia fumada (22€).
Por fim, os doces. Para os fãs de morangos, há uma opção em que os frutos surgem em calda, frescos e em granizado, com uma panna cotta e coentros (6€). Há ainda uma rabanada com gelado de queijo de cabra (7€) e uma clássica tarte basca (5,5).
Em cima da margem do rio, o edifício foi totalmente renovado, numa decoração leve, assente em tons verdes e vime, que não choquem com a natureza envolvente. Lá fora, espaço não falta para os 30 lugares que complementam os 80 do interior.
É uma bela desculpa para entreter os miúdos entre os insufláveis e trampolins — e acabar o dia à mesa, entre petiscos e copos de vinho.
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