Restaurantes

Taboão: o restaurante do vencedor do “MasterChef” mistura música, cozinha e arte

O "rei dos purés" agarrou em toda a bagagem e concretizou o sonho na praia fluvial da vila minhota.
Fica em Paredes de Coura.

Vencedor da edição deste ano do “MasterChef Portugal”, Rui Lemos ganhou a alcunha de “rei dos purés” graças à criatividade que demonstrou no programa. Na grande final, a 17 de fevereiro, apresentou um Prelúdio de Atum inspirado na cozinha japonesa, seguido de um Ensemble de Cachena e, como sobremesa, “Labrador do Minho”, uma combinação de sopas secas e mousse de aguardente. A criatividade valeu-lhe o título e, agora, lança-se a solo com o primeiro restaurante em Paredes de Coura.

“No início não imaginava que pudesse ganhar. O grande objetivo passava por não ser o primeiro a sair, para não ser gozado pelos meus amigos. Foi uma experiência especial”, revela o chef à NiT, que inaugurou o Taboão em julho.

Natural de Guimarães, Rui Lemos, de 33 anos, começou por se dedicar ao piano, que o levou à Escola de Jazz do Porto, isto apesar de a cozinha estar sempre presente. “A minha mãe é uma cozinheira eximia e eu comecei a cozinhar desde muito cedo porque os meus pais trabalhavam e pediam para lhes preparar as refeições”, conta.

Mas primeiro veio a música, que o conduziu também ao teatro e ao cinema, mais concretamente à composição de peças. E a paixão pela música cruzou-se com a comida em 2018, com o projeto “Música da Época”, que esteve em cena no Teatro Didascália, em Famalicão.

“Os chefs eram convidados a cozinhar com produtos da época e, por vezes, eram introduzidos ingredientes secretos. Os músicos eram desafiados a produzir sons a partir de barulhos provenientes da cozinha ou de algo no cenário que os inspirasse.” A iniciativa durou dois anos e esteve em palco no Teatro Didascália, em Famalicão. Entre os cozinheiros convidados estiveram Miguel Cizeron e Vasco Coelho Santos.

A culinária começou assim a conquistar espaço na vida de Rui Lemos, que apostou na formação, até que em 2023, ao ponderar uma pausa na carreira, surgiu a oportunidade de participar no “MasterChef”. “Deliberei: faço um ano sabático ou aceito esta experiência maluca? Escolhi a segunda opção.” A vitória foi o passo decisivo para concretizar um sonho antigo: abrir um restaurante próprio.

 
 
 
 
 
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“Queria ter um local onde pudesse só existir lá e conciliar o lado artístico com o da restauração, mas via isso a acontecer num prazo de cinco anos, pelo menos.” A 12 de julho, inaugurou o Taboão, em Paredes de Coura, junto à famosa praia fluvial que acolhe, todos os verões, a multidão que acorre ao local para o festival que toma o nome da vila.

“Apareceu esta possibilidade, fui ver aquele espaço e fiquei completamente apaixonado pela paisagem e de ser um sítio fora do circuito habitual, que obriga as pessoas a desviarem-se para poderem ir lá comer”, conta. O restaurante adapta-se ao cenário envolvente e combina sabores portugueses, japoneses e internacionais, com destaque para os produtos e tradições locais do Alto Minho.

“Trabalho muito numa lógica de recolha da tradição. Vejo o que ali se fazia ou não e os produtos que há na região, assim como na pegada ambiental e nas formas de não contribuir para o seu aumento”, explica.

O Taboão, com uma sala interior para 44 pessoas e uma esplanada para 30, foi projetado pela arquiteta Susana Vassalo para transmitir modernidade e funcionalidade. A veia artística revela-se num dos recantos do espaço. “Temos uma zona de vinis e livros, em que os clientes podem escolher o vinil que querem ouvir, desde música clássica a etnográfica. Os livros podem ser levados pela pessoas, que depois trocam por outros que já não queiram”, explica. 

No menu, as entradas incluem javali e picle Taboão (7€), salada paisagem (6€) e uma tábua de queijos e enchidos (18€). Nos pratos principais, há barriga de porco com mil-folhas de batata e salada de maçã (18€), filetes de polvo com arroz caldoso (20€) e borrego refogado em vinho tinto e aguardente, acompanhado por puré de raiz de aipo e pinhões (17€). Para sobremesa, destacam-se o magnum de pera bêbeda (6,5€), cremoso de chocolate com azeite e flor de sal (4,5€) e tiramisu de biscoitos de milho (6€). Os vinhos, selecionados pelo próprio chef, são de pequenos e médios produtores da região.

Carregue na galeria para ver algumas imagens do restaurante e de alguns pratos do chef Rui Lemos. 

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FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Tv. do Taboão, Formariz
    4940-288 Paredes de Coura
  • HORÁRIO
  • Quarta a sábado, das 12h30 às 15h e das 19h30 às 22h
  • Domingo, das 12h30 às 15h
PREÇO MÉDIO
Entre 20€ e 30€
TIPO DE COMIDA
Portuguesa

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