Restaurantes

Tascomigo. A tasca moderna do Porto onde se come por 10€

O espaço pertence a Nuno Pamplona, que voltou a casa e àquilo que gosta de fazer: cozinhar.
Abriu no final de junho, mas este em soft opening.

Estávamos ainda nos anos 80 e a Pizzaria Gianni fazia sucesso na Foz Velha, no Porto. Por detrás do projeto estava Nuno Pamplona e a irmã, que se estreavam na restauração com a ajuda do pai, que lhes ofereceu o espaço para “assentarem”.

O estudante de agronomia dedicou-se à cozinha e à “magia das panelas” — e nunca mais quis outra coisa. Quatro décadas depois, a história inverteu-se e foi o filho mais velho quem lhe pediu para que não assentasse e que se aventurasse na abertura de mais um restaurante. O Tascomigo é o novo projeto da família e abriu na véspera de São João, a 23 de junho.

O portuense, hoje com 62 anos, abriu restaurantes no Porto, em Braga e em Angola. E ao fim de uma longa carreira, acreditava que a barreira dos 60 ditaria a reforma. Mas ao fim de dois anos e com a oportunidade de ficar com um espaço no centro da cidade natal, percebeu que afinal não era ainda tempo de parar. “Na primeira vez a ideia foi do meu pai e acabou por revelar-se algo tão positivo e pela qual me apaixonei, que agora, passados tantos anos, foi o meu filho mais velho, o Nuno, a sugerir-me que ficasse com um novo espaço. Com a ajuda dele, que é arquiteto, e da minha mulher abrimos o Tascomigo”, conta à NiT.

A gestão de restaurantes tornou-se na especialidade de Nuno. Após o sucesso na Foz Velha, que o cozinheiro encara como “o projeto que terá corrido melhor”, porque “os tempos eram outros”, partiram para Braga onde abriram a Pizzaria Papilloni e mais tarde um grill, o Cenários. “A cidade estava na moda e trabalhávamos muito bem. Matemos o primeiro conceito, noutra localização, até hoje”, partilha.

Em 2008 decidiu aceitar uma proposta em Angola onde geria diferentes restaurantes. Em 2016 regressou para gerir e fazer consultorias em diferentes espaços. Em 2023 aceitou o convite para abrir e gerir um restaurante marroquino. Corria tudo de feição em todos os espaços, quando percebeu que talvez estivesse na hora de parar. O Tascomigo meteu-se no caminho.

“É um tasco de comida portuguesa e é um espaço onde podem estar comigo, connosco. Onde eu posso ser eu na cozinha, posso criar e estar à vontade”, explica. Nuno pegou em todas as viagens e locais por onde viveu para criar uma carta curta, mas com diferentes opções. Ao todo idealizou seis entradas, duas saladas, quatro pratos de peixe, três e carne e dois vegetarianos. Tudo é feito com produtos locais e sazonais, para garantir uma qualidade maior e um bom preço para os clientes.

Durante os primeiros meses, os favoritos fizeram-se notar. Essa lista começa com a punheta de bacalhau (12€) servida com tostas e comporta de cebola, amêijoas a bolhão pato (8,50€), os tacos de bacalhau (14€) acompanhados com arroz de grelos e a açorda de gambas (14€). Nos pratos de carne, o folhado de prato (13,50€) com salada de mediterrânica e as bochechas de porco (14€) com tostas e maças assadas ganharam o palato dos clientes.

Durante a semana, ao almoço, têm um menu do dia que custa 10€ e inclui sopa, prato e bebida. Nuno aproveita esta opção para criar pratos que não estão na carta. Tanto pode provar um creme de abóbora como um arroz do mar com base de salmão e pescada ou uma jardineira de novilho. A única imposição é que exista sempre uma opção de carne, outra de peixe e ainda uma vegana.

As sobremesas também são caseiras e feitas todas as manhãs no restaurante. Na lista de cinco destaca-se a mousse de chocolate com flor de sal (4€), o rolo de laranja (4€) e a pêra Tascomigo (4€). Esta última é feita com a fruta cozida em sumo e rapas de laranja e regada com vinho do Porto. Para conseguir uma harmonização ímpar, Nuno escolheu alguns vinhos de produtores portugueses como as referências da Herdade do Pombal (12,50€), do Alentejo e as do Roble (14€), do Douro.

Os pratos são despretensiosos, para que os ingredientes sazonais e frescos possam brilhar. A decoração foi pensada de forma minimalista, apenas com alguns toques de cor, para que, mais uma vez, o destaque fosse a comida que chega à mesa. Por isso, a decoração do espaço com 30 lugares no interior é feita através de exposições temporárias de artistas portuenses que queiram lá colocar as suas obras.

Carregue na galeria para conhecer o espaço e os pratos de Nuno Pamplona.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    R. do Sr. da Boa Morte 55
    4150-686  Porto
  • HORÁRIO
  • Quarta a domingo das 12h Às 15h e das 19h às 22h
PREÇO MÉDIO
Entre 10€ e 20€
TIPO DE COMIDA
Portuguesa

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