Restaurantes

Um dos chefs favoritos de Justin Timberlake abre novo restaurante em Lisboa

Mattia Stanchieri passou por algumas das melhores cozinhas do mundo. Agora, arranca o seu primeiro projeto a solo no Chiado.
Mattia é um dos nomes do momento.

Mattia Stanchieri. Este é um dos nomes do momento na gastronomia lisboeta. O chef italiano, que começou o percurso muito timidamente na Escola de Hotelaria de Monza, já passou por alguns dos palcos mais famosos do mundo. Das Bahamas mudou-se para Copenhaga, para o icónico Geranium, considerado um dos melhores restaurantes do mundo. Após a experiência na Dinamarca escolheu o coração da capital portuguesa para instalar no seu primeiro restaurante a solo.

O Vibe abriu a 2 de maio, na Rua da Horta Seca, com um projeto cheio de sonhos. “Esta é uma ideia que estava na minha cabeça há cerca de 17 anos. Sabia que queria criar um conceito divertido de fine dining, onde pudesse contar histórias através da comida e estar livre atrás do balcão. Finalmente o dia chegou”, explica o chef italiano de 34 anos à NiT.

Antes de começar a cozinhar, Stanchieri começou por ser empregado de mesa numa pizzaria em Monza. Quando terminou o ensino secundário, entrou na Escola de Hotelaria de Monza e em simultâneo foi trabalhar como assistente na Osteria La lira e mais tarde como estagiário no estrelado Da Vittorio — distinguidos com uma e três estrelas Michelin respetivamente.

O talento começou a ser notado e apenas com 27 anos foi convidado pelo conterrâneo Andrea Caremoli, para assumir a gestão de um restaurante em Exuma, nas Bahamas. Estava lá há dois anos quando o Covid chegou. Mas nem as restrições impediram o intrépido Mattia. Com o espaço fechado, passou a fazer jantares privados, onde acabou por cozinhar para algumas celebridades como Justin Timberlake, Kanye West, George Marciano (dono da Guess Jeans) e uma série de outros nomes conhecidos.

O nome do chef italiano acabou por viajar pelas várias ilhas do Caribe e mesmo após o final das restrições continuou a apostar em jantares privados. Mas em maio de 2022 decidiu voltar à Europa e tentar brilhar em restaurantes com estrela Michelin.

Assim foi. Após enviar curriculum para 50 dos melhores restaurantes com estrelas do mundo, oito responderam. Mattia acabou por escolher o Geranium em Copenhaga, “especializado em peixe e legumes” tudo porque “queria conhecer a cozinha nórdica”. Ficou no espaço com três estrelas Michelin durante um ano até decidir mudar de país.

“Depois do frio de Copenhaga, queria calor e a minha mulher viu que Lisboa tinha sido das cidades mais quentes nos últimos anos. E acredito no potencial da capital, o que fez com que Portugal se tornasse uma escolha óbvia. Como a minha mulher consegue trabalhar remotamente, achei que estava na hora de fazer alguma coisa também. Fui para o Belacanto de José Avillez aprender mais sobre a cozinha portuguesa”, contou à NiT.

Passados alguns meses decidiu que estava na hora de dar forma ao sonho que tinha: abrir o seu primeiro restaurante a solo. Em novembro encontrou o espaço, em fevereiro assinou o contrato e em maio abriu o Vibe. O italiano de 34 anos define-o como “um fun dining”, onde exalta “as cozinhas do mundo e os produtos portugueses”.

No Vibe não há uma carta. As únicas escolhas que os clientes têm de fazer é em relação ao número de pratos. No novo restaurante lisboeta — bem ao estilo das famílias italianas — não falta comida. Existe a opção de cinco momentos, que custa 75€. Caso queira algo (ainda) mais completo, pode escolher o menu de sete momentos por 90€. Paga mais 75€ se optar pelo wine pairing desenhado pelo sommelier.

Não esteja à espera de repetir os pratos sempre que lá voltar. É que a lista muda a todas a cada três meses para privilegiar os produtos sazonais. “Queremos contar uma história e partir à descoberta dos mistérios de uma cultura diferente e para responder à sazonalidade dos produtos locais”, descreve o chef.

Neste momento, o menu mole-mole (o mais curto) inclui desde Oyster Rockefeller — um prato de ostras gratinadas, cobertas com um molho de manteiga, salsa e pão ralado, muito típico de Nova Orleães que no Vibe ganha uma nova roupagem, com agrião e queijo de São Jorge; depois continua com Gumbo, um estufado com quiabos e vários tipos de carne e marisco que aparece no menu em forma de um pequeno croquete para degustar. Há ainda uma nova abordagem ao Griot (prato haitiano de paleta de porco marinado em citrinos) que se chama Pigliz e é feito com carne de porco preto alentejano e acompanhado de molho de laranja, pickles, molho de laranja, puré de cenoura assada e grelos. Estes momentos terminam com uns Donuts.

No menu mais longo encontra as mesmas propostas, com mais uma sobremesa: um sorvete de daiquiri de groselhas, milho dos Açores e pudim de leite de cabra. As bebidas têm a curadoria da Taste, no caso da carta dos cocktails. Nos vinhos foi Justin Holman, o sommelier do Sr. Uva, que teve um papel importante. A maioria são propostas portuguesas.

O Vibe no Chiado é um mundo monocromático, em tons de vermelho, que se fundem com a luxúria da mármore. O espaço recebe apenas 45 clientes em simultâneo, por isso, é aconselhável fazer reserva.

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FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    R. Horta Seca 5 B
    1200-221 Lisboa
  • HORÁRIO
  • Quarta a domingo das 19h às 00h30
PREÇO MÉDIO
Mais de 50€
TIPO DE COMIDA
Fun Fine Dining

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