O momento da refeição nos aviões pode ser uma verdadeira desilusão. Após algumas horas de voo, as hospedeiras distribuem tabuleiros com embalagens a fumegar que, à distância, já deixam adivinhar que não vamos gostar do que lá está. Ao abrir, muitos de nós desejamos silenciosamente que em vez de arroz com frango, pudéssemos encontrar um Big Mac. Se esta ideia já lhe ocorreu, saiba que esse desejo pode tornar-se realidade num McDonald’s na Nova Zelândia — o restaurante está instalado num avião da Segunda Guerra Mundial.
O Douglas DC-3, popularmente conhecido como Dakota, foi fabricado em Long Beach, na Califórnia, Estados Unidos. Em 1943, durante um dos maiores conflitos mundiais, desempenhou um papel ativo. Após a rendição do exército alemão perante as tropas russas, em Berlim, a 7 de maio de 1945, o avião foi enviado para a Nova Zelândia. Entre 1961 e 1966, foi operado pela South Pacific Airlines, transportando passageiros, antes de ser alterado, em 1971, para realizar apenas operações de pulverização agrícola.
Em 1984, o Dakota pousou definitivamente em Taupo, na Nova Zelândia. Após ser desativado, transformou-se na principal atração de uma concessionária de automóveis local, a Aeroplane Car Company. Quando o negócio deu lugar a um franchising do McDonald’s, o icónico avião foi integrado no restaurante.
Eileen Byrne, a nova proprietária, decidiu restaurar a aeronave, transformando-a num espaço exclusivo. Os 20 lugares existentes passaram a estar disponíveis para todos os que sempre sonharam em saborear um hambúrguer a bordo de um avião.
Decorado com o famoso “M” amarelo, e os clientes acedem ao espaço pelas escadas de embarque. O cockpit e as cadeiras dos pilotos continuam intactos. A única adição foram mesas na mesma cor dos assentos, permitindo que os clientes devorem os seus menus favoritos da cadeia como se estivessem “nas nuvens”.
Para utilizar esta “sala especial”, é necessário fazer o pedido no interior do restaurante principal durante o seu horário de funcionamento, entre as nove da manhã e as 16h30, ao contrário do restante do espaço que está aberto 24 horas.
O McDonald’s em Taupo, aninhado no avião, tornou-se uma atração turística, atraindo cada vez mais clientes. Este verão, Eileen e o marido, Des, proprietários do franchising, decidiram renovar a pintura exterior da aeronave, anteriormente vermelha, agora em tons de cinza, azul e amarelo.
A nova pintura parece ter atraído ainda mais visitantes, que não se cansam de partilhar vídeos nas redes sociais. “Temos recebido muita divulgação e os moradores estão bastante orgulhosos. Tornou-se um ícone na Nova Zelândia”, explicam os proprietários à “Insider”, que notam um aumento significativo no número de clientes.
Este avião em Taupo é apenas uma expressão do aparente fascínio da McDonald’s pela aviação. Nos anos 90, a empresa colaborou com a United Airlines para oferecer refeições Friendly Skies nos seus voos, servindo de inspiração para a criação do McPlane.
O avião, pintado de vermelho vivo, com assentos a condizer, transportava passageiros em ligações entre Zurique e a Grécia, servindo nuggets, hambúrgueres e milkshakes a bordo. A ideia, segundo a comunicação da época, era “tornar as férias em família ainda mais memoráveis”, mas a experiência durou apenas alguns meses, tendo a companhia encerrado a operação em 1998.
Como lá chegar
Para saborear um Big Mac a bordo do Dakota DC-3, prepare-se para uma viagem de mais de 30 horas. Os voos de Portugal para a Nova Zelândia partem de Lisboa e custam cerca de 1.517 euros (com escalas). Após a aterragem, poderá apanhar um autocarro até à rua 65 Te Heuheu e, em seguida, caminhar cerca de três minutos.
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