Três meses de obras depois, há uma nova Valenciana no Largo de Campolide. O restaurante lisboeta, mais famoso pelo seu frango no churrasco, fez alterações no interior, mas o que se destaca mais é a esplanada e o novo jardim vertical. A churrasqueira reabriu na sexta-feira, 25 de agosto.
“Fizemos a remodelação total do espaço, das salas e cozinha”, conta à NiT Homero Videira, um dos sócios e gerente. “Criámos circuitos novos para a entrada de mercadorias e agora a cozinha tem aquilo que se chama o chão dos hospitais, que é anti-bacteriano.”
Em maio, tinha sido noticiada uma inspeção da ASAE que coincidiu com o encerramento da Valenciana para obras que, segundo Homero Videira, já estavam previstas há vários meses e que em nada tiveram a ver com essa visita.
A renovação deixou entrar a luz do sol para dentro da Valenciana e há mais espaço no interior, onde há lugar para 450 pessoas almoçarem ou jantarem. Em breve vai abrir mais uma sala — a sétima —, quando abrir o espaço que pertencia à pastelaria Pastorinha. No total, são cerca de 1500 metros quadrados.
“As mudanças têm sido bastante aceites pelos clientes habituais. Eles só têm pena pelos azulejos que estavam na sala, mas já estavam muito danificados. Agora temo-los nas toalhas da esplanada, que têm azulejos de Lisboa.”
A esplanada tem capacidade para 50 pessoas e um novo bar de apoio, tanto para a sala e para o exterior, que serve gins (em média, 5,50€), tostas, pica-pau (10€), salada de polvo ou de ovas (6€) e outros petiscos portugueses. Cada dose dá para duas pessoas. O investimento é de “largos milhares”, especialmente tendo em conta os três meses em que a casa esteve fechada e que ninguém abandonou a empresa. Ao todo, trabalham 50 funcionários na Valenciana, vários há mais de 30 anos. “E vamos ter de contratar mais.”
As obras da Câmara Municipal de Lisboa, que sugeriu a instalação da esplanada, vão fazer com que o elétrico 24 da Carris tenha um terminal no largo e traga ainda mais turistas a partir de outubro. Espanhóis, ingleses, coreanos, chineses e europeus dos países nórdicos são os que mais frequentam o espaço. “Já estamos quase cheios para grupos em setembro.”
Também ajuda que a Valenciana tenha sido o foco de uma reportagem da BBC o ano passado, no programa de Rick Stein, e de aparecer nas listas dos restaurantes obrigatórios da capital portuguesa, como no site especializado em gastronomia “Eater”, em junho. “Muitos ingleses vêm e só nos falam do frango com piri-piri que viram na BBC.” Em abril, foi Gordon Ramsay que visitou a Valenciana, para um programa na Netflix que só estreia em novembro, conta Homero Videira.
“Ele adorou o frango e também o vinho verde Alvarinho que o meu pai produz. Levou umas quantas caixas para casa.”
Apesar de todas as mudanças, nada tema: o frango no churrasco continua o mesmo. Vêm do fornecedor Avibom e, em dias normais, são servidos 500 por dia, no restaurante e através do serviço de take away. Muitas pessoas ansiaram pelo regresso desta especialidade.
“Recebi mensagens e emails todos os dias. No dia da reabertura, havia filas enormes. Às 23 horas ainda estávamos a sentar pessoas que tinham esperado uma hora. Ponho-me no lugar do cliente: se fosse um deles se calhar voltava noutro dia, mas eles não. Isso dá-nos um alento enorme.”
A carta do restaurante, que também tem mão de vaca (15€ para duas pessoas) ou coelho à caçador (17,50€ para duas pessoas), por exemplo, é a mesma — mas nos próximos tempos vão ser introduzidos na ementa cataplanas, arroz de marisco e espetadas de peixe. Tudo tradicional e português, claro.
Carregue na imagem para conhecer melhor a nova Valenciana.
