Há uma década, os lisboetas despediam-se da Tasca da Felisbela, em Alfama. O espaço, conhecido pelos bitoques, encerrou para que a proprietária pudesse descansar. Naquela mesma altura, João Cardim regressou de uma temporada emigrado pela Ásia e decidiu pegar no espaço. Entre um abre e fecha, transformou o velho restaurante num espaço pensado para jovens fadistas que encontram na recém-aberta Velha Taberna um palco para começar.
“A tasca ficava num prédio da minha família e eu decidi recuperá-la. Usei a receita dos bitoques da D. Felisbela e reabilitei o espaço. Como ali passavam muito estudantes e tunas, acabou por ficar com um ambiente mais juvenil e animado”, conta João Cardim, de 46 anos, à NiT.
Nos últimos 10 anos a taberna ultrapassou várias fases de altos e baixos, mas durante a última primavera fechou mesmo para repensar o conceito. Em setembro, reabriu finalmente com “um elenco novo de fadistas e um ambiente mais leve”.
“Temos outra casa de Fado em Alfama, mais séria, que acolhe artistas com uma carreira mais longa e com mais experiência. Por lá, o Fado é mais clássico e erudito. Aqui é tudo mais descomplicado. Os cantores podem dar uso à liberdade para novos arranjos e ousadias”, refere.
A Taberna do Fafo é a casa “das gerações mais novas”, onde qualquer um pode apresentar o seu talento. Para acompanhar estas novidades, os responsáveis repensaram também o menu. A única coisa que se manteve foram, claro, os bitoques.
“Os pratos foram pensados para um público que gosta de experimentar coisas novas, mas que também gosta dos sugestões tradicionais”, acrescenta.
João Cardim tirou o curso de Gestão Hoteleira. Uma formação que o levou-o a trabalhar durante três anos em Angola e mais dois na Indonésia. Quando voltou a Portugal, encontrou a antiga taberna lisboeta abandonada. Foi aí que decidiu dar uma pausa na carreira para se dedicar à restauração.
“Este era um espaço de bairro, conhecido como a ‘tasca’ ou o ‘sítio’ da Felisbela. Ela tinha-se reformado e isto perdeu a vida. Decidi pôr mãos à obra e experimentar”, lembra à NiT.
O empresário acabou por se apaixonar pela restauração e pelo Fado. Este ano, decidiu juntar as duas coisas. O novo espaço tem agora capacidade para receber 28 clientes, de quarta a domingo, sempre com espetáculos marcados.
“Os músicos da viola e guitarra são da casa e os fadistas vão rodando”.
Enquanto ouvem as novas vozes, os clientes podem começar por provar uma morcela assada (15€) ou umas espetadas de atum (15€). Ainda para partilha, a carta sugere camarão ao alho (15€), tábua de queijos (15€) ou mista (20€) e pastéis de bacalhau (10€).
No caso das especialidades da casa vai encontrar o bife de atum à moda dos Açores (18€), que é braseado com batata e pimentos assados; ou o bacalhau à lagareiro (18€). Nos pratos de carne há bitoque de lombo (18€) e lagartos de porco preto (18€). E para os vegetarianos nunca falham os cogumelos recheados (18€).
No final chegam às mesas pudim abade de Priscos (5€), mousse de chocolate ou fruta da época (5€). Tudo acompanhado com vinho da casa a copo (5€), porto tónico (8€) ou uma imperial (3,50€).
“Os clientes podem ver tudo a ser confecionado, porque a cozinha é aberta e há muita familiaridade. Tudo enquanto se ouve boa música e se reabilita o Fado”, conclui João Cardim.
Carregue na galeria para conhecer melhor o novo espaço em Alfama.

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