“Chamamos-lhe um pastificio. É como se fosse uma padaria, só que em vez de pão fazemos pasta.” Numa frase, Francesco Giannone, de 29 anos, explica à NiT parte do conceito do Vesuviano, o restaurante que abriu em Campo de Ourique, em Lisboa, no final de setembro. Fusilli, linguine, rigatoni, radiatori, lasanha e ravioli são algumas das variedades que são produzidas na cave deste espaço na Rua Ferreira Borges. Podem ser levadas simples para casa ou provadas no restaurante, num almoço ou jantar, com uma das combinações diárias disponíveis.
“No início fazia tudo de madrugada para ter pronto no dia seguinte. Agora já consigo tirar a tarde para fazer toda a produção.” É apenas com uma máquina, da marca Italgi, que Francesco consegue fazer todas as sugestões. No recipiente do topo junta as farinhas biológicas, grande parte delas da Farinhas Paulino Horta, de Alenquer, outras chegam de Itália, e os restantes ingredientes que a vão compor.
A máquina mistura até obter uma massa consistente. Depois é escolher uma das formas em bronze para criar o formato desejado à pasta, um processo chamado de “trafilata al bronzo”. Todos os dias, menos à segunda-feira, que estão encerrados, existem cinco variedades de pasta para experimentar no Vesuviano. Estão dispostas na vitrine logo à entrada.
Francesco produz sempre cinco quilos de cada uma para que tenha suficiente para o serviço diário. Há seis anos que a produção de pasta faz parte da sua rotina. Nasceu em Nápoles, em Itália, mas passou toda a adolescência no Brasil. Regressou a Itália, desta vez a Roma, para fazer cursos de pasta fresca, que aprendeu a preparar com a avó. Eram sobretudo para turistas americanos.
Está há dois anos em Lisboa, onde sempre quis ter um negócio próprio. Faltava-lhe o parceiro ideal, que encontrou quando se cruzou com Ursula Shenone, de 55 anos. Já teve um restaurante de comida mediterrânica em Miami, nos Estados Unidos da América, e está em Portugal desde 2013, com empresas ligadas ao catering.
“Não podia ter só um espaço com pasta. Quisemos ser um italiano completo, com saladas, focaccias e doces”, conta Francesco. Quando começou o projeto, tinham as diferentes pastas e as pessoas podiam juntar a combinação de molho que queriam. Foi um pouco confuso. Agora fazem logo uma sugestão, mas o cliente pode sempre mudar, se quiser.
Nos quadros de ardósia, pendurados nas paredes atrás do balcão, escrevem todos os dias as sugestões. Quando a NiT visitou o espaço havia fusilli de abóbora com molho de tomate, natas, manjericão e pimenta (7,50€); linguini de limão com tomate cherry, natas e pimenta preta (7,50€); ou um rigatoni de espinafres com ragu (8€). Pode ser pedido no espaço — existem 17 lugares, contando com interior e esplanada, mas também para take-away.
As pastas são produzidas na cave onde está também a cozinha que usam para todos os cozinhados mais demorados. No piso superior, cozem-nas, entre um a dois minutos, e montam os pratos para serem servidos.
Têm mais de 20 tipos de farinhas armazenadas a uma humidade relativa de 35 por cento. É com elas que podem fazer algumas variedades especiais, que nem sempre estão disponíveis no restaurante, só mesmo por pedido, como a de alfarroba, trigo sarraceno ou quinoa. Ao quilo são vendidas entre 8,50€ e 10€.
“Como são farinhas biológicas são digeridas pelo corpo de uma outra forma, o que faz com que os pratos não sejam pesados.” Com o fornecedor de farinhas, conheceram um projeto recente em Almada, o Tempo, que faz pão artesanal em forno de lenha. Gostaram tanto que ao lado das pastas têm algumas variedades de pão.
“Vendemos muita pasta, mas também tiramisu.” É um clássico italiano que também está na vitrine. Custa 4,50€. Chegam a vender dois tabuleiros por dia. A completar a oferta de pastas, há saladas, como a de rúcula, bresaola e parmesão (7,50€); as focaccias, também feitas com as mesmas farinhas, como a Capri (que junta mozzarella, tomate e manjericão, por 4€); panna cotta, limonadas, vinho italiano e café biológico.
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