Restaurantes

Vibra Caffé. O novo espaço do 8 Marvila que também é galeria, loja e estúdio

Miguel Domingos Garcia sentiu necessidade de um espaço onde os artistas lusófonos fossem homenageados e que contribuísse para a comunidade.
Miguel é o proprietário.

“Neste espaço, cada encontro é um tributo à diversidade.” É desta forma que Miguel Domingos Garcia, conhecido por ter sido agente de artistas como Dino d’Santiago apresenta o novo projeto, o Vibra Caffé. O espaço instalado no 8 Marvila foi criado no final de outubro, pela necessidade de “conectar pessoas e artistas” através dos cocktails e dos bolos caseiros de Paula Domingos, mãe do proprietário.

“Há uns anos, quando vivia em Amesterdão, tive um restaurante e prometi a mim mesmo que nunca mais iria ter um negócio nesta área. Acabei por render-me e criar aquele que é maior desafio da minha carreira, o Vibra Caffé e Concept Store, onde quero dar palco e ajudar os artistas lusófonos, das diferentes áreas. E a melhor forma para reunir pessoas num único local é a comida”, explica à NiT o diretor criativo do espaço.

Além de um café, o novo espaço de Marvila é também uma galeria de arte, loja e estúdio musical. A ideia surgiu assim que viu o espaço que antes era ocupado pelas cubas dos Armazéns Vinícolas Abel Pereira da Fonseca. “Queria criar este conceito por necessidade. Os artistas lusófonos merecem uma maior visibilidade e esta foi a minha forma de contribuir para tal”, adianta o agente musical de 40 anos.

O antigo armazém com mais de 350 metros quadrados foi dividido em diferentes espaços com recursos a obras de arte dos artistas plásticos Amadeo Carvalho, Blac Dwelle, Robert Panda, Rueffa, ou Telmo Pereira. Os trabalhos expostos estão todos à venda, exceto a peça feita pelo cabo-verdiano Amadeo em especial para o espaço e que reúne figuras emblemáticas da música portuguesa, desde Amália Rodrigues a Dino d’Santiago.

O primeiro piso do Vibra está decorado com peças de decoração da Taschen e Moleskine, roupa exclusiva Filling Pieces, uma etiqueta neerlandesa, designs da Ther, joias da Erelisbon e peças de mobiliário da marca própria do produtor musical a LX-XXX. Já o local dedicado ao coração do negócio, o restaurante e café, foi pensado para se destacar pela vibrante cor vermelha. “Queria algo impactante e decidir criar um bloco vermelho, onde está tudo pintado nesta cor, desde as cadeiras, às mesas, paredes e chão. Fui completamente contra a vontade dos arquitetos e adorei”, diz.

É neste universo vermelhão que o chef José Maria Lino explora a “morabeza” e a “saudade” duas palavras que marcam a vida de Miguel Domingos Garcia. “Sou 100 por cento português, mas identifico-me com a cultura lusófona e queria incluí-los de diferentes formas, por isso, no café há propostas nacionais e dos países onde se fala português”, refere. Por isso, ali tanto se pode provar um pica-pau (16€), um Brás de cogumelos e alho-francês (14€), como chamuças caseiras (7€), carpaccio de bacalhau (15€), ou cachupa (22€).

No entanto, a experiência favorita do proprietário e que recomenda aos clientes são os bolos da mãe, Paula Domingos. Há tarte de amêndoa (4€), bolo de chocolate (4€), bolo de bolacha (4€) e outro de noz (4€). “Este é o contributo que a minha mãe quer dar para o Vibra. Todas as quintas, sextas, sábados e domingos faz bolos para vendermos aqui no espaço”, diz. As fatias doces podem ser acompanhadas com um café solidário, em que 30 cêntimos do total é doado a artistas.

Para quem preferir, há vinhos de uma seleção de pequenos produtores portugueses e apenas com colheitas especiais. Ou então, há ainda a opção de cocktails, inspirados também nas tradições dos países de língua portuguesa. O Criolo (9€), por exemplo, é feito com grogue, “numa mistura interessante e intensa”.

Todas as quintas-feiras estão garantidos os concertos de fado e morna, a partir de janeiro, e algumas sextas-feiras, as Live Sessions Experience, que apresentam artistas emergentes e consagrados. A agenda será anunciada nas redes sociais.

O Vibra Caffé trata-se de um projeto-piloto, em que o objetivo é juntar, em breve, um estúdio para que os artistas possam gravar gratuitamente, o Vibra Live, que se vem juntar à editora de Miguel, a Vibra Music. “Este projeto reúne todos os projetos do universo Vibra e o objetivo é que chegue a outras partes do mundo. Entretanto, já recebemos propostas para abrir em Londres e Amesterdão”, diz.

Carregue na galeria para conhecer o novo espaço multifunções no 8 Marvila.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Praça David Leandro da Silva 8
    1950-064  Lisboa
  • HORÁRIO
  • Quinta a domingo das 12h às 00h
PREÇO MÉDIO
Entre 20€ e 30€

ÚLTIMOS ARTIGOS DA NiT

AGENDA NiT