Lojas e marcas

Augusta: nova marca de acessórios que eterniza a “força e resiliência” das mulheres

Nasceu do luto de uma filha, após a perda da mãe. Tem uma coleção de óculos de sol com frases motivacionais nas hastes.

Eternizar momentos envolve as memórias mais preciosas, e cada pessoa tenta fazê-lo à sua maneira. Mariana Lopes, de 24 anos, encontrou nos acessórios essa oportunidade. Entre os seus turnos de 12 horas como bombeira profissional e as aulas de Direito, lançou a marca Augusta, em homenagem à sua mãe, quem morreu de cancro em 2022, aos 58 anos. A primeira linha de bijuteria foi seguida pelo lançamento, a 7 de junho, de óculos de sol com frases gravadas nas hastes.

A aposta de Mariana estava longe do que inicialmente imaginava para o seu futuro. Iniciou a sua carreira na corporação dos Bombeiros Voluntários de Leça do Balio, em Matosinhos, aos 17 anos, e desde então teve contacto com a realidade tal como ela é — sem ilusões.

“Durante o meu trabalho, enfrentei várias situações difíceis de conceber. Ganhei uma enorme maturidade e acompanhei alguns doentes com cancro que necessitavam de cuidados paliativos. Isso fez-me perceber exatamente o que iria acontecer com a minha mãe”, começa por contar a jovem, atualmente com 24 anos, à NiT.

A mãe, Augusta, sempre foi uma mulher dedicada ao próximo. “Era uma pessoa de pessoas”, descreve Mariana. Vivia os dias intensamente e a desistência nunca era uma opção. O diagnóstico chegou após a remoção da vesícula; a doença era severa, sem possibilidade de cura, e a família estava ciente do que a aguardava.

“Nesse ano, fizemos tudo por ela, como sempre tinha feito por nós. Escondi a realidade escondida dos vizinhos, porque acredito que a pior sensação que se pode transmitir a alguém é a pena. Ela tinha uma força tremenda e não queria a compaixão de ninguém”, explica.

Em 2022, a mãe faleceu e Mariana teve que enfrentar o luto. Embora afirme que uma parte de si também morreu, encontrou força na dor. “Sei que gostaria que eu aproveitasse a vida ao máximo. Por isso, seria uma desconsideração se não o fizesse”, acrescenta.

A 17 de janeiro, fundou a Augusta, como simbolismo de um novo ciclo. Na génese do projeto está o amor, que a empreendedora defende ser suficiente para “ultrapassar as barreiras do tempo e do espaço”. Além disso, a mãe era muito vaidosa e pedia sempre opinião a Mariana quando estreava alguma peça de roupa ou acessório — as propostas são uma forma de evocar esta faceta da sua personalidade.

O objetiv passa por eternizar valores, com cada design a simbolizar força e resiliência, que pode ser passada de geração em geração.  As joias têm um design intemporal e minimalista e tanto podem ser usadas agora, como daqui a 50 anos. Todas são concebidas em aço inoxidável, um material resistente. Tal como a própria marca, as escolhas têm sempre um propósito, embora a coleção não tenha desenho de autor. 

Um dos bestsellers é um colar com um relicário, em formato coração, onde pode ser colocada uma fotografia personalizada no interior — está disponível em prateado e dourado (39,99€). Outro dos mais vendidos é um modelo com uma medalha e uma pérola (27,99€), que simboliza a liberdade do oceano que deve ser refletida em todas as mulheres.

 
 
 
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A coleção inclui outros acessórios, como brincos, destacando-se as argolas Veni, que custam 19,99€, e molas para o cabelo adornadas com discretas borboletas, uma das principais tendências da estação (6,99€). Os anéis, que apresentam algumas pedras (26,99€), completam a oferta disponível.

O lançamento mais recente inclui quatro modelos de óculos de sol, cada um com frases de empoderamento feminino gravadas nas hastes. O modelo mais proeminente é o Malala, em homenagem a Malala Yousafzai, com a afirmação “Be the voice, not the eco”.

Os óculos têm um design moderno e oferecem proteção de nível três, sendo que a última classificação (nível 4) é a mais alta. Custam 49,99€ e estão disponíveis em dourado, prateado, rose gold e preto. 

As embalagens também foram cuidadosamente elaboradas, sendo todas feitas à mão e apresentando uma textura semelhante à da pele humana. “Consigo reviver momentos com a minha mãe através de fotografias ou vídeos, mas nunca pelo toque. Acredito que aquilo que parece impossível pode ser realizado, por isso, criei um papel com relevo”, explica.

Embora a fundação da Augusta a tenha levado a redesenhar os planos, Mariana pretende concluir a licenciatura em Direito e continuar a trabalhar como bombeira profissional em Matosinhos. A sua maior ambição é dedicar-se integralmente ao negócio, mantendo-se ainda como voluntária no quartel.

Os diversos modelos estão disponíveis para compra através da página de Instagram da marca. O site está em fase de planeamento e será lançado em breve.

Carregue na galeria para descobrir alguns dos acessórios da Augusta.