Jane Birkin, muito antes de ter uma carteira icónica associada ao seu nome — a célebre Birkin, da Hermès — era uma apaixonada incondicional por sacos em ráfia. Como jovem atriz e cantora, deixou uma marca indelével na indústria, mas o seu estilo ficou especialmente associado a acessórios de grandes dimensões que usava na década de 70.
A sua preferência por este tipo de acessórios mudou quando, há cerca de 35 anos, durante um voo para Londres, deixou cair todo o conteúdo da cesta que transportava. Curiosamente, foi o diretor da Hermès na época, Jean-Louis Dumas, que a ajudou a recolher os itens que se espalharam pelo chão — o episódio caricato deu origem ao icónico modelo da marca de luxo.
Após inspirar o design do acessório de sonho para muitas mulheres, Birkin passou a personalizar a carteira, demonstrando que a utilizava repetidamente. A artista revelou que gostava de adicionar pequenos amuletos, que a faziam sentir-se feliz. “Quando ando de um lado para o outro, tilintam, e é um som alegre”, afirmou.
Nos últimos meses, temos assistido ao ressurgimento dos bag charms, como são conhecidos os acessórios para as carteiras de mão, inspirados no estilo intemporal da atriz britânica. Tal como a eterna it girl, as redes sociais encheram-se de modelos personalizados com autocolantes, porta-chaves, lenços, fitas entre outros adornos.
Em 2024, o estilo voltou a aparecer durante as semanas da moda, tanto nas passarelas como nas ruas. Em Paris e Milão, surgiram como adornos de vários modelos de marcas como a Balenciaga, a Miu Miu, a Fendi ou a Simone Rocha. Pouco depois, foram adotados por celebridades como Dua Lipa ou Lily Allen.
Como a primeira embaixadora demonstrou, esta é uma tendência sem regras definidas. Adapta-se ao estilo de cada um, sendo igualmente adequada para um visual de trabalho minimalista ou um look maximalista para as férias ou um fim de semana.
Consequentemente, cada vez mais pessoas estão a optar por amuletos com formatos inusitados, como sapatos, pulseiras, capas de telemóveis e chapéus. Trata-se de uma maneira divertida de infundir um pouco de personalidade ao visual, permitindo ainda a personalização das peças favoritas.
Além das opções disponíveis no mercado, muitos já se renderam ao fenómeno “do-it-yourself”, criando os seus próprios bag charms com missangas, pulseiras e outros materiais. É uma forma de decorar as carteiras com peças sentimentais ou de acrescentar um toque ainda mais pessoal.
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O verdadeiro encanto reside nesta personalização: transforma acessórios que, de outra forma, poderiam ser considerados vulgares. Isto acontece, seja através de detalhes que refletem interesses e hobbies, seja através da escolha de opções que complementem as roupas e se tornem uma afirmação visual.
Com o aumento das colaborações de edição limitada entre marcas e artistas, os bag charms também se tornaram itens colecionáveis. Os artigos exclusivos são muito procurados pelos entusiastas do fenónemo e esgotam rapidamente, como aconteceu com os Chow Chow Charms, da Loewe.
As redes sociais, especialmente o TikTok, têm impulsionado ainda mais esta febre, onde as peças “Birkinfy” são utilizadas para expressar uma estética pessoal, sublinhou uma analista da marca EDITED à “Vogue”. Atualmente, a descrição “Jane Birkin bag” já conta com mais de 120 milhões de publicações na plataforma.
Outros dos motivos que explicam a ascensão da tendência nas redes sociais é a possibilidade de utilizar charms que, provavelmente, já tem espalhados pela casa — como o porta-chaves comprado numa loja de recordações nas últimas férias. Além disso, trata-se de uma opção temporária: são fáceis de remover a qualquer momento.
Carregue na galeria para ver alguns dos bag charms mais cobiçados do momento, com preços a partir dos 17€.