Beleza

A outra princesa que vai casar em Portugal é havaiana — e um ícone de estilo

Idony Punahele e Alfredo Corte-Real, descendente de D. Afonso Henriques, casam este sábado, no Castelo de Santa Maria da Feira.
O estilo não passa despercebido.

Decorridos 25 anos sem um enlace real, Portugal prepara-se para assistir a um verdadeiro confronto. Uma semana antes da infanta Maria Francisca, a segunda dos três filhos dos duques de Bragança, casar com o advogado Duarte de Sousa Araújo Martins, a 7 de outubro, há outra cabeça coroada a subir ao altar. Idony Punahele, a princesa do Havai, vai trocar votos com Alfredo Côrte-Real, descendente de D. Afonso Henriques, no dia 30 de setembro.

A cerimónia vai acontecer na Igreja dos Lóios e, mais tarde, a festa continua no Castelo de Santa Maria da Feira. Toda a população, movida pelo mistério em torno da noiva, está convidada a participar no evento. A verdade é que embora seja discreta, a descendente da Casa Real de Hoapili Baker tem sido presença assídua em solo nacional ao longo dos anos. E destaca-se sempre pelo seu estilo irrepreensível.

Num dos seus retratos oficiais, Punahele aparece com uma grinalda de penas, símbolo antigo e natural da realeza do arquipélago. São raras as fotografias em que não surge com um chapéu, tem sempre um fato à sua medida e não dispensa acessórios, das carteiras aos sapatos. Um estilo que a pode tornar num ícone de moda entre as várias rainhas europeias.

Seja em eventos ligados à tradição real, desfile de moda ou outros compromissos sociais, os coordenados escolhidos ajudam a criar expetativas para o vestido com que vai usar durante a cerimónia, que arranca às 15h30. Porém, ainda não foi revelado nada sobre o visual.

A princesa, representante das 5 Ordens Dinásticas do Havai, fala ainda várias línguas e a sua vida profissional está ligada ao mundo das artes. Formada em escultura, começou uma carreira no mundo do cinema e é membro de um Júri Internacional de Cinema, no Finisterra Film, Art & Tourism Festival, deste outubro de 2022.

Atualmente, é também diretora-executiva de Relações Internacionais da Fundação Hoapili Baker. O seu papel é apoiar a população do Havai, nomeadamente por meio de um programa educacional para a juventude, iniciado pelos seus antepassados, o Rei Kalakaua e o Príncipe Robert.

Embora não seja revelado como o casal se conheceu, sabe-se que a princesa tem uma forte ligação com o nosso País. Por isso, a união é uma forma de consolidar a relação desta dinastia “com uma linhagem descendente das antigas linhagens de Portugal”. 

Durante a migração dos portugueses para as ilhas, durante o século XIX, Manuel Nunes foi considerado o inventor oficial do ukelele. O português (natural da Madeira) apresentou um dos instrumentos mais populares do estado norte-americano, criação que prova a ligação profunda entre as duas populações.

 

A princesa com a típica grinalda.

A verdadeira realeza

O anúncio tem levado a vários debates sobre a herança monárquica. Alfredo Côrte-Real Souto Neves, noivo de Punahele, é apontado como o descendente legítimo do primeiro rei de Portugal, D, Afonso Henriques, entre outras figuras da história, como o navegador Nicolau Coelho.

No seu livro “A verdadeira Casa Real de Portugal”, lançado em 2022, fez uma investigação sobre a verdade da legitimidade ao trono nacional. Um tema que, segundo o ator, “tem sido envolto em estratagemas por forma a ocultar a verdade dos factos”, que afirma serem manipulados desde o Estado Novo.

Sabe-se ainda que “Suas Altezas Reais irão viver entre o Havai e Portugal”, avança a Fundação Hoapili Baker, citada pelo “Público”. “É o primeiro casamento real que ocorre em Terras de Santa Maria” e vem reforçar a ligação histórica entre as ilhas do estado norte-americano, descobertas pelos europeus, e a nação lusa.

Idony Punahele e Alfredo Côrte-Real.
A princesa e Alfredo Côrte-Real.

O reino do Havai foi instituído em 1795, pelo Rei Kamehameha I. Seguiram-se duas dinastias: a primeira elegeu o Rei Eleito Lunalilo e a segunda elegeu o Rei Kalakaua. Depois da morte do segundo monarca, sucedeu-lhe a irmã, a Rainha Liliuokalani, visto que a lei apontava que os herdeiros seriam os familiares mais próximos de sangue.

Porém, como nenhum dos dois deixou descendência, o direito ao trono passou para o primo, Robert Hoapili Baker I. Entretanto, “o atual ramo detentor do Direito de Jure [da realeza havaiana] é o do príncipe George I’i, que transmitiu a responsabilidade de assumir essa representação histórica à sua neta, a princesa Idony Punahele, sendo ela a atual chefe da Casa Real do Havai, no ramo legal e constitucional”, lê-se ainda no anúncio do enlace.

Aproveite e carregue na galeria para ver mais imagens do estilo de Idony Punahele.

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