Beleza

Afinal, deixar o cabelo secar ao ar é péssima ideia (e não falamos de constipações)

A secagem ao natural tornou-se uma alternativa às ferramentas térmicas. Um hábito que não é assim tão saudável.
Tudo depende da técnica.

Quase todos já ouvimos as nossas mães e avós alertarem que, se sairmos à rua com o cabelo molhado, sobretudo no inverno, arriscamos ficar doentes. Crescemos com estes mitos e muita gente ainda os segue à risca, sem pensar muito neles. A verdade é que, além do medo de uma possível constipação, há outros motivos para não ficar com a cabeleira húmida muito tempo — mesmo que não vá sair de casa. 

Durante muitos anos, existia o rumor de que a secagem ao natural tornava cada fio mais forte e saudável. Na verdade, não é bem assim e vários especialistas têm concordado nas potenciais repercussões do método. A realidade é que pode causar mais danos ao cabelo do que a secagem com ferramentas térmicas, dependendo da sua técnica utilizada. Para esclarecer as dúvidas, a NiT falou com um hairstylist para entender as principais consequências destes hábitos.

“Quando os fios estão mais molhados, ficam mais sensíveis. O cabelo em si já é sensível”, começa por explicar Karlos Wendell. “Como a cutícula está mais aberta, devido ao champô e à água quente, quanto mais tempo permanecer molhado, mais suscetível fica a sofrer danos.”

A longo prazo, a rotina pode traduzir-se em pontas duplas, secura e até na queda de cabelo. Durante o inverno, os problemas agravam-se. Devido ao contraste entre a água quente da lavagem e o ar natural, mais frio, a pessoa arrisca ficar com o couro cabeludo escamado.

Tudo começou com um vídeo partilhado pela diretora da marca de cuidados capilares Wonder Curl, Scarlett Rocourt, que se tornou viral por alertar para esta realidade. Baseou-se num estudo coreano que concluiu que a utilização de um secador a uma distância de cerca de 15 centímetros, “causa menos danos do que secar o cabelo naturalmente”, citou a revista “InStyle”.

No caso de fios com químicos, como cabelos descoloridos ou com madeixas, “a cutícula já está comprometida”, acrescenta. “Nestes casos, é crucial secar o cabelo rapidamente para evitar mais danos e, acima de tudo, evitar ir para a cama com ele molhado devido à fricção prolongada.”

Apesar dos receios ligados às ferramentas térmicas, é uma opção “mais suave para a maioria dos tipos de cabelo”. Na maioria das vezes, o problema está na forma como as pessoas o usam. “Encostam muito o secador, principalmente na franja. Tornam os fios mais porosos e o ar quente acaba por queimar.”

O segredo está na técnica. Além de manter uma distância considerável, deve usar sempre um protetor térmico para prevenir. Karlos alerta ainda para não colocar o secador a uma temperatura demasiado elevada, caso contrário, não é uma alternativa mais suave à secagem ao ar.

“Quem tem o cabelo ondulado, não pode usar tanto o secador porque vai ficar sem forma. Deve usar um difusor e protetor térmico para fios ondulados.”

Independentemente do instrumento escolhido, uma toalha de microfibras também fará a diferença ao absorver a água, tornando o processo mais rápido. Porém, “deve ser deixada na cabeça durante alguns minutos, até o cabelo estar ligeiramente seco, e não durante duas horas”.

Os resultados de uma rotina indevida são mais visíveis do que acreditamos. “Percebo logo quem são as clientes que deixam secar ao natural”, conclui o hairstylist. “Normalmente, quem não usa secador tem tendência a ter mais baby hairs, a ter caspa e o couro cabeludo nunca é seco a 100 por cento.”

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