Ao fim de 35 anos, o concurso Miss Holanda, no decorrer do qual é eleita a representante neerlandesa no Miss Universo, chegou ao fim. A competição foi cancelada para dar lugar a uma plataforma focada em saúde mental e empoderamento feminino.
“O mundo está a mudar e nós estamos a mudar com ele”, explicaram a organização, responsáveis também pela nova iniciativa. “Após anos de história repletos de glamour, talento e inspiração, o Miss Holanda despede-se do nome que conquistou o coração de muitas pessoas. Mas este não é o fim; é um novo começo.”
Com a plataforma “Niet Meer Van Deze Tijd” (“Não mais deste tempo”, em tradução livre), já não há coroas ou vestidos de cerimónia. O objetivo é promover discussões em torno de saúde mental, redes sociais, diversidade, autoexpressão, entre outros temas do interesse das jovens dos Países Baixos.
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A decisão é tomada um ano após a vitória histórica de Rikkie Kollé, a primeira mulher trans a representar o país no Miss Universo. A concorrente subiu ao palco da competição no mesmo ano em que Marina Machete, que também se tornou a primeira mulher transgénero a competir por Portugal.
Para a diretora do Miss Holanda, Monica van Ee, “as mulheres estão inseguras devido, entre outras coisas, ao crescimento das redes sociais e as suas imagens irreais de beleza”. Para isso quiseram garantir que o empoderamento das mulheres não se cingia a “palavras vazias, mas um movimento”, afirmou à CNN.
A última edição do Miss Universo realizou-se a 17 de novembro, no México, e contou com a participação inéditas de mulheres com filhos. Os Países baixos foram representados por uma delas, Faith Landman, de 28 anos, uma fotógrafa com origens na Tanzânia, o país da avó. A vencedora foi a dinamarquesa Victoria Kjaer Theilvig.