Aos 108 anos, Shitsui Hakoishi não quer parar de trabalhar. A japonesa de 108 anos foi reconhecida como a barbeira mais velha do mundo, entretanto para o livro Guinness World Records esta quarta-feira, 5 de março, e nem para receber o prémio retirou as roupas de trabalho.
“Sou grata a todos na comunidade”, referiu aquando da distinção, sublinhando que é um momento que nunca esquecerá. “A vida tem sido cheia de dificuldades desde que era jovem, mas estou realmente feliz.”
Hakoishi começou a cortar cabelos profissionalmente há mais de nove décadas. Atualmente, continua a trabalhar no salão que abriu na cidade de Nakagawa, província de Tochigi, no Japão. “Algumas pessoas viajam de longe para me ver, então quero continuar o máximo de tempo que conseguir”, destaca.
Nascida numa família de agricultores, a barbeira mudou-se sozinha para Tóquio com 14 anos e começou a trabalhar como aprendiz de barbeira. Sem que ninguém soubesse, ficava até tarde a praticar as técnicas que aprendia.
“Queria alcançar e superar os aprendizes mais velhos o mais rápido possível, então trabalhei muito e fiz o meu melhor”, confessou ao jornal “Asahi Shimbun” no início deste ano, cita o “The Guardian”.

Antes de completar 20 anos, obteve a licença de trabalho e, três anos mais tarde, decidiu abrir um negócio com o marido, Jiro, que morreu durante a guerra, após ter sido convocado para o Exército Imperial Japonês. O salão acabou por ser destruído num ataque aéreo.
Apesar das dificuldades, Shitsui Hakoishi decidiu contornar a situação. Nessa época, acabou por voltar para a cidade onde nasceu, Nakagawa, onde abriu a barbearia que nunca mais deixou. Ao mesmo tempo, cuidou sozinha dos dois filhos.
A procura nunca diminuiu, mas a barbeira vê-se a trabalhar com menos frequência do que deseja nos dias que correm. Devido a uma dor incómoda no joelho, só consegue atender alguns clientes regulares por mês.
Quanto ao segredo para a longevidade, que é uma das questões que mais ouve, a barbeira já tem a resposta na ponta da língua. Hakoishi diz que é devido aos exercícios matinais que faz todas as manhãs, sem exceção, desde os 70 anos. Em 2021, foi a portadora da tocha nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
