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Sofia trocou o jornalismo pela consultoria de imagem e já ajudou mais de 100 mulheres

“Tento que as pessoas entendam não é tão inacessível como imaginam e que não é uma questão de futilidade”.
Tem 38 anos.

As preocupações com a imagem são um dos aspectos que mais inquietam a sociedade contemporânea. Sofia Dezoito, uma lisboeta de 38 anos, também se viu afetada por essa inquietação quando enfrentou uma crise de identidade após se tornar mãe. Nessa altura decidiu concretizar um projeto com o qual sonhava há vários anos.

Com um gosto fervoroso pela escrita, Sofia optou por estudar jornalismo. Contudo, ao entrar na faculdade, encontrou uma realidade bastante distante das suas expectativas, mas persistiu na sua formação. Após cinco anos a trabalhar como copywriter numa editora, entre os 20 e 25 anos, percebeu que aquele não era o caminho ideal para si. 

“Fiquei muito desencantada com a área. Pensava que as coisas funcionavam de outra forma, e o facto de existirem estágios e trabalhos não remunerados era algo que não conseguia aceitar”, revela à NiT. Para “fugir” a esta área da comunicação, em 2010 decidiu tirar um mestrado em gestão de marketing, área na qual trabalhou durante 10 anos enquanto marketeer do Celeiro. 

Em 2010, para escapar ao setor da comunicação, Sofia decidiu fazer um mestrado em gestão de marketing, área na qual trabalhou dez anos como marketeer do Celeiro. Durante esse período, começou a fazer os primeiros cursos na Escola de Moda de Lisboa, um gosto que acompanha Sofia desde a infância.

Sempre tive uma grande afinidade com a moda, que andava de mãos dadas com a minha paixão pela escrita e pelos livros. A minha mãe trabalhou numa loja de roupa, comecei a ir para lá em menina e fiquei encantada com aquele mundo.”

Apesar do seu fascínio pela moda, Sofia nunca pensou exercer uma profissão ligada a esse mundo, ao qual se dedicava apenas como hobby. No entanto, decidiu estudar assessoria de imagem e marketing de moda em horário pós-laboral, formações que hoje considera “muito importantes para a compreensão do contexto e história da área”.

Enquanto conciliava os estudos com o trabalho, ainda encontrou tempo para criar a Mint, uma marca de malas sustentáveis, com o intuito de aplicar os novos conhecimentos. Embora o projeto não tenha perdurado devido à necessidade de um investimento significativo, em 2017, decidiu deixar os receios de lado e lançar um projeto próprio focado na consultoria de imagem sustentável.

 
 
 
 
 
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“Os anos de experiência acumulada no Celeiro proporcionaram-me insights valiosos sobre como levar uma vida mais saudável”, revela. As suas primeiras clientes foram colegas de trabalho e “amigas de amigas”, que lhe pediam para as acompanhar nas idas ao centro comercial. Em 2020, Sofia desligou-se da empresa para se dedicar integralmente ao Healthy Project, projeto que desenvolveu em nome próprio.

“O que faço é um reflexo do meu percurso. Tinha um armário cheio, mas ainda assim sentia que não tinha nada para vestir. Sempre fui uma pessoa confiante, mas com a maternidade, deixei de me identificar com certas peças de roupa que usava”, partilha

 Nesse momento, decidiu ajudar outras mulheres a criarem uma imagem cuidada, com escolhas mais acertadas em termos de vestuário. “A consultoria ainda é muito direcionada para o corpo de cada um e eu vou contra essa corrente. A roupa tem de nos fazer feliz e eu educo para um melhor investimento em materiais de qualidade.”

“A consultoria ainda está muito centrada no corpo de cada cliente, mas eu contrariei essa tendência. A roupa deve trazer felicidade, e a minha abordagem baseia-se em demonstrar as vantagens de investir em materiais de qualidade.”

Sofia considera que o seu trabalho é “um convite à reflexão”. Até agora, já ajudou mais de 100 mulheres e descreve o seu método como “uma oportunidade de introspeção sobre o significado da roupa e sobre a coerência entre a identidade pessoal e a imagem projetada”.

“Muitos dos meus clientes procuram-me porque sentem que estão a perder oportunidades na carreira devido à perceção negativa da sua imagem, que não condiz com as suas capacidades profissionais. Procuro a raiz do problema, mas nem todas as pessoas estão preparadas para esse processo”, sublinha.

Os serviços podem ser requisitados através do Instagram e do site de Sofia Dezoito. Uma das opções disponíveis é a coloração pessoal, uma análise das cores que melhor realçam o tom de pele, que tem um custo de 200€. No caso de uma consultoria completa, que abrange uma visita ao centro comercial, avaliação de estilo e a criação de um armário cápsula, chega aos 1000€.

“Costumo dizer que sou o Daniel Oliveira da consultoria. A minha missão é continuar a impactar a vida de cada vez mais mulheres”, afirma. E acrescenta: “Tento que as pessoas entendam não é tão inacessível como imaginam e que não é uma questão de futilidade”.

Em maio, fundou a Academia Dezoito, uma plataforma de formações online destinada a fornecer mentoria a outras consultoras de imagem. “O meu objetivo é levar este tema a outros palcos, organizando palestras e diálogos”, conclui.

 

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