O projeto foi entregue a Susana Quina Barros em junho deste ano, mas as obras começaram “no fim de julho, princípio de agosto”, conta a arquiteta à NiT. Afinal, o prédio “inscrito na matriz em 1937 precisava também de obras nas zonas comuns”.
Quando Susana entrou no apartamento do segundo andar da Travessa da Paz, número 4, em Lisboa, pela primeira vez, nem queria acreditar no cenário degradante. “Tinha lá vivido uma senhora de 90 anos que já não arranjava nada há muito tempo. Havia alguidares a amparar os pingos do teto e o chão em madeira tinha alcatifa por cima”, conta.
No geral, estava tudo demasiado antiquado, sujo e estragado. A cozinha tinha uma porta para a casa de banho, havia papel de parede no corredor, quarto e sala, cujo espaço estava pouco aproveitado.
Foram cerca de três meses de obras intensas. “A canalização e a eletricidade foram todas mudadas” e o chão da casa recebeu pavimento em madeira novo.
A remodelação custou cerca de 60 mil euros (“incluíndo toda a carga fiscal”, diz a arquiteta). Está à venda, na Home Lovers, por 315 mil. Veja as imagens do antes e depois deste T1 com 80 metros quadrados para comparar as diferenças.


A cozinha foi toda recuperada e ganhou uma nova zona
“Uma das coisas que disse logo, ao aceitar o projeto, é que tinha de mudar o sítio da casa de banho. Antes havia uma porta na cozinha para essa divisão e não fazia sentido”, conta Susana. Assim, mandou partir todo o wc e fez uma espécie de parte complementar à cozinha.
“Chamo-lhe a zona de lavagens. É lá que está o termoacumulador, a máquina de lavar roupa e um armário de arrumos. Fiz uma janela grande para que quem está na cozinha a preparar uma refeição, por exemplo, receba a luz natural vinda daquela parte”, explica. De resto, a arquiteta pôs tudo elétrico nesta divisão “que está toda equipada também com placa, forno, máquina de lavar loiça e microondas”.


A sala ficou maior e as portadas foram restauradas
“No corredor havia uma divisão para a sala que estava mal aproveitada. Partia-a de forma a que esta zona ficasse com 25 metros quadrados. Ora um T1 com uma sala de 25 metros quadrados é muito bom”, explica Susana.
Para reforçar o teto — bastante danificado e com água a pingar, como pode ver na primeira imagem — a arquiteta mandou pôr duas vigas. Já o chão recebeu o pavimento em madeira do resto da casa.
“A única coisa que deixei ficar na casa foi a porta de entrada e as três portadas em madeira das janelas da sala. Restaurei-as e envernizei-as”.


O quarto foi todo remodelado e agora até tem um closet
Susana aproveitou um corredor que havia para a cozinha e transformou-o em closet. De lá, como se pode ver na imagem, há ligação direta para o quarto.
“No quarto fica a cama de casal e as mesas de cabeceira. Depois há aquela zona com um bom armário comprido, no qual ficam os arrumos”, explica. O chão levou também pavimento em madeira.


A casa de banho mudou de sítio e levou canalização nova
Como já tínhamos referido, o wc era mesmo ao pé da cozinha. Susana aproveitou um compartimento ao pé da sala sem janelas e mudou a casa de banho para lá. Pôs, claro, canalização e iluminação nova. “Pus o lavatório à direita e a banheira à esquerda. Quem entra também não vê a sanita nem o bidé, que são suspensos”.
Em relação ao revestimento, a arquiteta pôs azulejos mais rústicos na zona da banheira e estucou o resto. O lavatório está assente num armário em madeira com duas gavetas para arrumação.
Este T1 não está mobilado (mas a cozinha está toda equipada), porém Susana Quina Barros pode decorá-la, se o cliente assim o quiser. “Claro que decoro. Aliás, quando estou a fazer o projeto imagino logo onde é que podia ficar cada móvel”, conclui à NiT.