Decoração

Ding Dong: a nova loja de decoração com peças “particulares, singulares e com caráter”

No espaço em Matosinhos, Michael Miranda e Davide Gomes exibem as criações que usam nos seus projetos de arquitetura e design.
A marca comemora 10 anos

A inauguração do Editory Boulevard marcou a chegada de mais um hotel de luxo ao centro do Porto com uma decoração colorida que marca pela ousadia. Por detrás da arquitetura e do design de interiores está a dupla Michael Miranda e Davide Gomes, criadores do ateliê Ding Dong, que desde novembro tem uma nova casa em Matosinhos.

A empresa, contudo, já comemorou o décimo aniversário. Nascida da amizade entre os dois fundadores, unidos pela paixão pela decoração, arquitetura e arte, é uma das referências na cidade, mas também na Lisboa, onde fizeram nascer outro ateliê em 2019.

Michael, 43, formou-se em arquitetura e gravitou naturalmente para a decoração de interiores. Davide, 46, ainda fez percurso na área da engenharia do ambiente, na qual se formou, mas acabaria por seguir o outro talento.

A Ding Dong é mais do que uma loja de decoração ou estúdio de design. “Fazemos interiores e arquitetura. É algo mais transversal”, assinala Michael, que recorda como tudo começou. “Parece um cliché mas é verdade. As pessoas iam a nossa casa e reparavam no que criávamos, na decoração feita com um olho diferente, que apostava em peças fora do contexto e que ali ganhavam novo enquadramento.”

Os amigos gostavam, pediam dicas, conselhos e a coisa tornou-se cada vez mais num trabalho a sério. A criação da empresa revelou-se um passo natural “para ser uma forma mais organizada” de continuarem com aquela que já era, na prática, a profissão diária.

Ao fim de sete anos, a expansão para Lisboa foi também ela muito natural. “Já tínhamos alguns projetos lá e percebemos que havia espaço para nós no mercado. Criámos primeiro uma sala de reuniões e depois achamos que não iríamos ter só um ateliê. Poderíamos abrir uma loja de rua onde as pessoas pudessem entrar e comprar sem recorrerem a nós para fazer um projeto. Na verdade, o que podem comprar são efetivamente coisas que usamos nos nossos projetos.”

Têm no Editory Boulevard Aliados o seu projeto mais público, apesar de confessarem ter feito já projetos privados de maior envergadura. “O hotel tem uma exposição maior do que qualquer outro. Todos os dias há pessoas a descobrirem o trabalho que fizemos”, nota Michael, que frisa que além dos interiores, assinaram também o projeto arquitetónico de reabilitação. “Foi ótimo para nós porque conseguimos estar em todas as frentes do projeto.”

Ainda no plano dos projetos, também o novíssimo World Trade Center em Oeiras tem o seu dedo. Além de serem consultores de arquitetura do complexo de escritórios que foi inaugurado há cerca de dois meses, também desenharam a praça que une os três edifícios.

Michael e Davide são os dois fundadores da Ding Dong

“É uma praça que vai reunir vários restaurantes e os lobbys dos três edifícios, que congrega uma série de pontos de interesse. Vai também ter instalações artísticas com representação de vários artistas.”

Quase tão fresca é a mudança para o espaço do 44 da rua Roberto Ivens, em Matosinhos, onde em novembro foi inaugurado o Ding Dong Studio & Store. “Precisávamos de ampliar o espaço, sobretudo o de loja, para termos uma mostra maior ao público que não conseguíamos ter na anterior”, nota Michael.

“É como se fosse uma casa imaginária”, ressalva Davide. “Quisemos criar aqui o fundo de cenário Ding Dong, onde podemos representar o nosso trabalho de uma forma mais descomprometida. As pessoas podem entrar aqui, sentir o que é o nosso ambiente. E podem comprar uma só peça e levar esse imaginário para casa.”

Entre peças de marcas e artistas nacionais e estrangeiros, assumem que tudo o que lá está é “uma escolha de coração”. Só compram aquilo de que gostam e isso significa que criam “uma ligação com tudo o que ali está exposto”.

Na loja, pode viajar por vários cenários imaginados pela dupla, entre conjugações inusitadas e objetos de valor acrescentado. Ali não entram tendências ou modas. “Não seguimos tendências. Não procuramos saber sequer o que é a tendência de cor…”, diz Davide.

Apesar das peças oriundas das mãos de escultores alemães ou artesãos franceses, querem também dar palco aos criadores portugueses. “São artistas que não têm tanta visibilidade, mas que consideramos que têm um trabalho muito interessante. Se conseguirmos comercializar as peças deles e ajudá-los a terem mais visibilidade, é bom. É um aspeto importante daquilo que fazemos.”

Não se fecham, contudo, numa visão nacionalista. “Se virmos algo de que gostamos do outro lado do mundo, estamos naturalmente interessados”, afirma Michael. Entre os vários cenários, há também objetos e móveis desenhados pelos próprios.

Certo é que na loja irá encontrar peças “particulares, singulares e com caráter”, características que fazem também questão de emprestar às suas criações. E quando passar por lá, não se deixe intimidar pela porta fechada. “Basta tocar que nós abrimos a porta”, assegura Michael.

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FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Rua Roberto Ivens, 44
    4450-246 Matosinhos
  • HORÁRIO
  • Segunda a sexta, das 9h30 às 18h30

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