“É uma flor de plástico?” tornou-se na pergunta mais ouvida diariamente por Tatiana Vieira, florista de 45 anos.A maioria das clientes que passam pelo seu espaço no Parque das Nações admite que nunca viu algumas das plantas que compõem os arranjos curiosos que vende. Todas as flores são naturais e vêm de diversas partes do mundo.
O País ainda enfrentava os confinamentos da pandemia quando a empresária anos decidiu transformar uma paixão antiga num ofício. Depois de duas décadas a trabalhar no universo corporativo, especializou-se em arte floral, com formações em países como EUA, Dinamarca ou Itália.
O próximo passo foi a abertura de uma loja, ainda em 2021, que já dispensa apresentações. No primeiro ano, A Florista já tinha filas com mais de uma hora para o Dia da Mãe ou o Dia dos Namorados. “O famoso passa palavra foi a melhor propaganda. Tinha gente a mandar-me fotografias de bouquets que duravam há 20 dias”, conta à NiT.
Outros floristas começaram a procurar Tatiana que, devido à elevada procura, decidiu fazer o primeiro workshop no Hotel Valverde da Avenida da Liberdade, logo no ano seguinte. Depois inaugurou Escola de Arte Floral de Lisboa, que partilha morada com a loja, mas quis levar esta oferta ainda mais longe.
A 16 de novembro, inaugurou também a Escola de Arte Floral do Prata, um novo espaço que promove cursos e workshops na área do design de flores. Situada no Prata Riverside Village, na freguesia lisboeta de Braço de Prata, a escola pretende ensinar floristas amadores, profissionais ou outros interessados em criarem os seus próprios arranjos.
“São cursos muito caros e queria democratizar o acesso a esta arte sem perder a qualidade. Para ter essa vertente social, os preços do curso variam consoante os rendimentos dos candidatos. O Prata Riverside Village paga o resto”, acrescenta.
A escola é, por isso, destinada a todas as pessoas com idade igual ou superior a 18 anos. Os cursos são certificados, dividem-se em três módulos — Essencial, Avançado e Business — e há espaço para turmas de 10 alunos.
“Temos profissionais que exercem sem nunca terem feito um curso. Para que consigam fazer trabalhos maiores, começam connosco num nível básico. Acontece o mesmo com quem nunca teve algum contacto. É o ponto de encontro entre todos.”
O módulo essencial dura 24 horas, divididas por seis dias, e ensina as técnicas mais básicas como a limpeza correta das flores ou a criação de pequenos arranjos. Vai aprender, por exemplo, a fazer arranjos para um centro de mesa, sempre acompanhado por um especialista.
Segue-se o módulo avançado. Com uma duração de nove dias e cerca de 36 horas de formação, os alunos podem colocar em prática os conhecimentos adquiridos para criar arranjos e bouquets mais elaborados. Aprende-se a fazer peças para decorações de festas, hotéis e restaurantes e até casamentos.
Há ainda o módulo Business, que ainda não existia na Europa, no qual se ensinam os candidatos a pensar “na vertente do negócio, na experiência do cliente, no preço na contabilidade ou no slogan”. São cerca de 20 horas para os profissionais que querem elevar o seu negócio.
As aulas, diz Tatiana, “vão muito além da beleza e das flores”. “A preocupação passa muito pela segurança. Não vale a pena ser bonito se cai na mesa, os caules partem ou vai para um hotel e não dura nada. A qualidade é tudo.”
Além dos cursos, disponíveis desde 16 de janeiro, a escola também oferece workshops temáticos em dias como o São Valentim, por exemplo. “Todos os anos, compramos mais de duas mil rosas que não chegam sequer a meio da tarde”, conclui a florista.
As candidaturas são feitas a partir do site oficial da escola. Carregue na galeria para conhecer melhor o projeto.