Foi um projeto que surgiu por necessidade, mas neste caso — ao contrário de tantos outros — não foi a falta de recursos financeiros ou de trabalho que levou Beatriz Mendes a lançar a sua própria marca em tempos de pandemia. O que esta portuguesa de 25 anos realmente queria era encontrar um hobby que a pudesse estimular mentalmente, como explica à NiT.
Formada em Psicologia pela Universidade Lusíada em Lisboa e com um mestrado em Psicologia Social e das Organizações tirado no ISCTE, Beatriz parece não esquecer a importância que a saúde mental desempenha no bem-estar. Durante a pandemia, conseguiu manter o seu trabalho como External Talents Partner numa multinacional alemã do setor automóvel, mas a entrada em regime de teletrabalho obrigou-a a passar 90 por cento dos seus dias fechada no quarto. “Já não me estava a sentir bem nem motivada”, confessa.
Foi para dar resposta a esta agitação que começou a criar cerâmicas. Aquilo que surgiu como um hobby acabou por se transformar num negócio no Instagram em novembro de 2020 com a página Lapo Ceramics, através da qual vende peças feitas à mão com um encanto pela imperfeição, como a própria o descreve.
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A argila usada é portuguesa e o carimbo de assinatura também, feito através da impressora 3D de um amigo. Já o site, que deverá estar pronto em breve, está a ser feito por outro amigo. “Acredito que só nesta simplicidade das coisas é que podemos ser melhores”, acrescenta.
Entre as peças que vai encontrar à venda, há principalmente pequenas bandejas e pratos para guardar a joalharia e acessórios, canecas de aspeto tosco e figuras decorativas, como os bustos femininos Ladies. “Existem peças que acabaram por ter bastante saída, como as Faces. Uma coisa que asseguro sempre é que poderão não ser similares a uma foto que tenham visto à priori, acho que isso é o que faz toda a diferença”, revela.
“As Faces acabaram por ser a imagem de marca. A ideia neste projeto é fazer apenas coisas que eu usaria e gostaria de ter. Fiz a primeira para mim, começaram a surgir mais e mais pedidos e neste momento não tenho nenhuma minha”, conta. Estas peças em argila a que se refere têm uma estrutura em branco e detalhes e pinceladas em dourado ou violeta, com interpretações de caras humanas.
É Beatriz quem pensa e desenha tudo, retirando inspiração de qualquer situação do dia a dia. Já a sede do projeto, conta, é a sala da casa onde mora, que foi “muito encarecidamente” cedida pelos seus pais. É em cima da mesa de jantar de madeira maciça que as cerâmicas ganham forma.
Neste momento a Lapo vende apenas peças pequenas, com preços que variam entre os 10€ e os 30€. No entanto, Beatriz garante que será lançada uma nova coleção com propostas mais utilitárias e com mais volume, com um custo superior. “O objetivo, para já, não é lucrar com as peças, mas sim ter uma fonte para continuar a minha arte e continuar a sentir-me bem e realizada”. Para já, as propostas da marca estão à venda em exclusivo através da conta de Instagram, mas também pode acompanhar as novidades pela página de Facebook.
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