Decoração

Moradia que nasceu num antigo pomar da Trofa esconde um pátio no centro

O projeto destaca-se pelas geometrias e traços simples. Está de costas voltadas para a envolvente para proteger a área privada.
Destaca-se na envolvente.

Onde antes existia um pomar de família, retangular e com pouca largura, nasceu uma moradia para acolher o casal com dois filhos que herdou a propriedade. Despido de todas as árvores de fruto, o terreno localizado na Trofa, no distrito do Porto, ficou pronto para receber o Middleyard.

Nascido entre três edifícios, o projeto desenvolvido pelo atelier LIMIT Studio destaca-se pela sua arquitetura simples, geométrica e minimalista, que contrasta com a paisagem envolvente. É uma construção que “vira as costas” ao exterior.

Um dos requisitos dos clientes era que fosse uma casa térrea. “É frequente apostarem em obras com o mínimo de degraus possível, porque pensam no futuro. Com o passar dos anos, surgem problemas de mobilidade e acesso”, sublinha à NiT o arquiteto Tomé Capa, um dos responsáveis.

Os proprietários pretendiam um T4 com cozinha e sala de estar, por isso, a construção de 327 metros quadrados ocupou grande parte do terreno. O principal desafio foi encontrar espaço para um jardim onde conseguissem ter privacidade e exposição solar em simultâneo.

Para dar resposta a este desafio, optou-se por colocar a área exterior no centro da propriedade. É como se a própria casa, com o seu formato em “C”, protegesse o pátio dos prédios na parte de trás e nas laterais, cada um com cerca de quatro a seis pisos.

É este conceito que dá o nome ao projeto. “Em vez do backyard, o típico quintal mais ao fundo, criámos esta zona de estar no meio, para termos um espaço mais privado”, acrescenta sobre a área, que também inclui uma piscina e uma churrasqueira.

A partir deste núcleo, separou-se a casa em dois blocos: a parte dos quartos, na zona da frente, e a sala, a cozinha e a garagem na parte de trás. Tem ainda um espaço de corredor, uma forma cilíndrica que percorre a entrada e que une dois quadrados soltos.

A distribuição permite que os espaços comuns recebam luz solar. Nas divisões que estão em contacto com a área exterior, as janelas vastas abrem-se de formas estratégicas, melhorando a circulação entre as duas esferas.

Vista de fora, a estrutura em tons de branco chama também à atenção pelas várias modificações “que traziam muita riqueza ao projeto”, como a cobertura inclinada, o cilindro que marca a entrada ou alguns recortes nas paredes. “Queríamos que vivesse da pureza das formas.”

Para evitar conflitos, o arquiteto optou por priorizar os revestimentos claros e matérias-primas mais minimalistas. “O orçamento foi relevante nesta escolha, mas também achámos que era a melhor forma de harmonizar o espaço”, diz. “Trabalhámos sempre em conjunto com os proprietários.”

Concluído em 2023, o projeto “foi pensado na totalidade e não como a soma de várias partes”, conclui. A partir do momento em que a ideia surgiu, as sugestões dos clientes e dos arquitetos juntaram-se para dar origem a um conceito. É sempre esse o ponto de partida do atelier.

Carregue na galeria para ver mais imagens da casa do fotógrafo Alexander Bogorodskiy.

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