Na 18.ª Bienal de Arquitetura de Veneza, a decorrer entre os dias 20 de maio e 26 de novembro, a presença da Santa Sé vai ter assinatura portuguesa. Desafiados pelo cardeal D. José Tolentino de Mendonça, comissário do Pavilhão do Vaticano no certame, o arquiteto Siza Vieira e a marca de mobiliário Antarte juntaram-se para uma exposição de arte.
Sob o mote “Encontro”, o vencedor do Prémio Pritzker 1992 desenhou uma instalação com 12 esculturas a representar pessoas. Estas ideias foram produzidas pela insígnia portuguesa, que recorreu à madeira de criptoméria dos Açores para concretizar as figuras. Durante seis meses, vão ser colocadas na Basílica de San Giorgio Maggiore.
Todas as criações seguem o tema do evento. Algumas saúdem quem olha para elas, outras apertam a mão. E vão ser todas colocadas ao longo do jardim que define o caminho para o Pavilhão do Vaticano, como se fossem pessoas a receber os visitantes.
“São figuras geométricas, de certo modo toscas mas que vão ser colocadas num ambiente belíssimo que é a basílica em Veneza. Há também uma intenção nesse contraste”, explica Siza Vieira.
Embora seja considerado um dos mestres da arquitetura, o artista de 90 anos queria ser escultor. Acabou por ganhar aquele que é considerado o prémio Nobel da sua área, mas ainda faltava cumprir o desejo de juventude — agora concretizado com este convite.