Quando Susana Quina e Barros entrou pela primeira vez no rés do chão D, número 20, da rua Alexandre O’neill, em Lisboa, encontrou muito lixo. “O pátio, um espaço com 90 metros, estava muito mal aproveitado. Havia baldes, mangueiras, terra e plásticos por todo o lado. A zona até tinha má energia”, conta a arquiteta à NiT.
Susana estava ali com um propósito: ficar com o T1+1 e ser responsável por toda a sua remodelação. O passo seguinte: vendê-lo. Mas vamos ao início. O apartamento, inserido num prédio dos anos 50/60 na zona da Junqueira (a cinco minutos do Tejo), além da zona exterior tinha dois quartos, uma casa de banho e uma sala. Todas elas divisões pequenas, com azulejos antigos, sanitários antiquados e com muito pouca luz.
“Percebi logo que a casa tinha um potencial enorme. E que era uma pena ter tão pouca luz. Por baixo do apartamento, há um armazém e as clarabóias desse espaço estavam à mostra no pátio. Tive de negociar com os senhores para fechar aquela zona, de forma a que tudo ficasse mais clean e bonito”, explica Susana.
Foram cerca de três meses de obras intensas. “Só o facto de ter feito janelas até ao chão deu logo mais luz à casa. Ampliei o quarto principal e a casa de banho, espaços que parecem muito maiores agora. Quanto ao pátio, bem, a maior prova está nas fotografias”.
A remodelação da casa custou cerca de 50 mil euros (“fora toda a carga fiscal”, diz a arquiteta). Está à venda, na Remax, por 320 mil. Veja as imagens do antes e depois deste T1+1 para comparar as diferenças.


O quarto principal cresceu — e já ninguém tem de dormir quase curvado
“Os ex-inquilinos, quando se deitavam na cama, batiam com os pés na parede, imagine-se. Por isso, foi crucial aumentar o quarto”, conta Susana. A divisão ficou mais larga e o teto, esse, também foi alterado. “Rebaixei-o para que ficasse mais confortável. Numa das paredes pus um armário branco de quatro portas e abri a janela, que dá para o pátio, até abaixo. O chão também foi todo tirado, dando lugar a pavimento em cerâmica, a imitar madeira”. Resultado: o quarto ficou maior, com muito mais luz e clean, sem as paredes num tom azul garrido.


O wc foi todo partido, aumentou e está muito mais moderno
A casa de banho era pequena, logo, tinha de ser bem rentabilizada. Foi o que Susana Quina e Barros fez. “Os azulejos eram muito feios e os sanitários antiquados. Optei por aumentar a casa de banho e pôr uma sanita e um bidé suspensos com um fluxómetro embutido. As paredes foram estucadas e pintadas de branco. Parece mesmo outra divisão e, de facto, é”.


Os móveis da cozinha foram à vida. Nesse espaço, nasceu uma cozinha americana amplamente aberta para a sala
Como explica a arquiteta: “A cozinha era outra das divisões da casa que além de ser muito pequena tinha móveis antiquados. Achei que o espaço ganhava muito mais vida se ficasse aberto para a sala. Não só tudo iria parecer maior, como ficava virado para o pátio, uma grande mais-valia”. Depois de mandar partir a parede, Susana centrou os móveis da cozinha para que tudo ficasse enquadrado e combinou-os com uma bancada em pedra. “Depois, embuti os eletrodomésticos: frigorífico, forno, máquina de lavar loiça e outra de roupa e um termoacumulador. Nesta casa nada funciona a gás.” Logo à frente, fica a sala. Um espaço com capacidade para pôr também uma mesa de jantar. De lado, o pátio, que pode ser apreciado através das grandes janelas até ao chão.


Já não há chão de pedra no pátio. Mas há relva sintética e uma nova oliveira
O pátio (com 90 metros quadrados — o resto da casa tem 60), é, sem dúvida, o ex-libris deste T1+1. “Quando o vi pela primeira vez percebi duas coisas: estava com uma desorganização total, mas tinha muito potencial”. Por isto, mal pôde, Susana modificou-o por completo. Tapou as clarabóias que pertencem ao armazém do andar de baixo, pôs uma oliveira no centro e ampliou a zona do deck. “Essa parte está com o mesmo chão da sala. É uma forma de dar a ideia de que o espaço se prolonga de dentro para fora”, explica Susana. A única coisa que ficou do antigo pátio foi um pequeno Santo António em azulejo: “Achei piada e como é um símbolo lisboeta, deixei ficar”. De resto, foi tudo mudado. “Embora não tenha, quem ficar com a casa pode sempre pôr um barbecue e um toldo. A casa não tem prédios em frente, logo apanha uma boa luz durante todo o dia”.
Este T1+1 não tem a decoração incluída, mas Susana está disposta a fazê-la, se o cliente pretender. “Remodelei esta casa como se fosse para mim, por isso sei o que ficava bem aqui ou ali”. O contacto mais direto para falar com a arquiteta é através do seu Facebook oficial.