Quando vários trabalhadores envolvidos na extração do pinhão começaram a aparecer com a pele mais hidratada, uma empresa nacional percebeu que não era coincidência. Quem manuseava a semente todos os dias, ficava com as mãos mais hidratadas e brilhantes, uma indicação de que o potencial do “ouro branco” ou do “caviar da floresta” — como é conhecido em Portugal — vai muito além da alimentação.
Lançada a 17 de janeiro, a Liquid-Land é uma marca portuguesa, premium e 100 por cento natural que apostou na semente para fins cosméticos. A etiqueta chegou ao mercado com um produto único, um óleo facial com o pinhão do Mediterrâneo, que promete menos rugas e maior hidratação após 28 dias de utilização.
Por trás do projeto, está a empresa familiar F.Lima, um negócio centenário e que já vai na quarta geração. Conhecida por fazer a distribuição de marcas no mercado, desde as que representa àquelas que cria, a equipa começou a perceber as mudanças na pele dos colaboradores e seguiu-se uma pesquisa que confirmou o efeito.
“Nos últimos cinco anos, dedicámo-nos a um estudo de eficácia sobre os níveis de hidratação e o atenuar das linhas das rugas”, explica à NiT Cristina Cardoso, gestora da marca. “Falar num óleo que hidrata é estranho, mas é uma ação por conclusão. Cria uma camada protetora na pele que faz com que a água que temos não se evapore.”
Apesar dos benefícios do produto para o rosto, pode ser aplicado em zonas do corpo mais secas, como os cotovelos, nas pontas dos cabelos ou até na zona da barba, “o que vai conferir mais brilho e hidratação aos homens”.
Colhido de zonas como a Comporta, Grândola e o Carvalhal, um dos fatores mais importantes da fórmula desta “pérola natural” é a sua origem: “O nosso pinhão é mais rico em ómegas por causa do pinheiro manso, abundante na região. E, por estar numa zona privilegiada de dunas e perto do mar, é mais nutritivo”.
Os pinhões são prensados a frio para extrair o óleo, e depois de extraído, o óleo fica depositado durante um mês, para que as impurezas possam vir ao de cima e serem retiradas, o que faz com que cada lote produzido seja uma edição limitada.
Por enquanto, a Liquid-Land está a apostar numa estratégia monoproduto para ter uma “matéria-prima rainha”, a partir da qual pode desenvolver novas fórmulas. Cristina conta que não foi um risco “porque é único e exclusivo no mundo e não existe mais ninguém que use óleo de pinhão para fins cosméticos”, reforçando que é a forma mais fácil de dar a conhecer a marca.
A nível da aplicação, a marca sugere uma utilização duas vezes por dia, de manhã e à noite, até quatro gotas. Porém, a pessoa deve conhecer o seu tipo de pele: se for mais oleosa, deverá diminuir a quantidade. De resto, é um ritual familiar para quem tem cuidados com a pele: deve aquecer o óleo com as pontas dos dedos, para penetrar melhor a pele, e fazer movimentos circulares ascendentes.
Para quem não deseja abandonar sua rotina de cosmética habitual, não é preciso uma grande transformação: “Podemos enriquecer o hidratante diário com o óleo, colocamos umas gotas e assim estamos a nutrir o creme do rosto com as mesmas propriedades”, acrescenta.
No futuro, a partir desta matéria-prima, o objetivo é continuar a desenvolver mais produtos que contem com as propriedades da semente. Entre várias ideias já formuladas, que a marca prefere não revelar, Cristina adianta que vão incluir uma percentagem da “preciosidade” na composição de todas as propostas.
O óleo facial de pinhão Liquid-Land, que inclui 30 mililitros, está exclusivamente à venda no site da marca, por 87€.