Não é preciso recuar assim tanto no tempo para a definição de sapatilhas ser “o tipo de peça que pode ser usada para a prática de desportos”. Mais tarde, juntou-se outra característica a esta frase: o uso mais citadino ou casual. Ao longo dos anos, as sapatilhas deixaram de ser o calçado chato que só saía do armário para ir em direção ao ginásio, aos treinos de dança ou para as aulas de educação física. Além disso, parece ter desaparecido o mito de que não se trata de um calçado feminino.
As opções não se limitam às gigantes da indústria do calçado, que até os mais distraídos conhecem. Existem sapatilhas inteiramente feitas à mão, em Portugal que são um sucesso não só dentro do País, como no estrangeiro — uma prova da produção nacional de excelência. É o caso da Hirundo, que chegaram em novembro de 2022 à EmbaiXada, no Príncipe Real, com modelos modernos, sustentáveis e minimalistas. Mas a internacionalização, através do site, não ficou esquecida.
Depois de algum tempo a trabalhar fora, em países como o Brasil ou a Inglaterra, os irmãos Eduardo e Filipe retornaram às origens. Agora e, em parceria com outros dois sócios, Pierre Stark e Ann Massal — os quatro com idades compreendidas entre os 36 e 50 anos — , decidiram lançar este sucesso. Apresentaram os modelos pela primeira vez no início de 2022, através de uma plataforma de angariação de fundos. Logo no primeiro mês venderam 35 mil euros para uma clientela espalhada por todos os continentes.
“As marcas à volta têm todas muito a ver connosco. Não só são todas portuguesas, como a maioria são sustentáveis, independentes, e sem processos de produção massificado”, explicou Eduardo à NiT sobre a localização no palacete do século XIX, um destino comercial num dos bairros mais trendy da cidade. “E não vamos mostrar os sapatos de maneira tradicional, expostos em prateleiras nas paredes. É uma organização mais livre.”
Outro exemplo é a Jak Shoes, um projeto foi fundado em 2014 para vender sapatilhas de pele com qualidade de luxo. Foi fundada por Isabel Henriques da Silva e José Maria Reffoios para vender sapatilhas unissexo, confecionadas em Portugal com peles de alta qualidade, que foram escolhidas a dedo. “Somos muito picuinhas”, revelou o cofundador, que testou com Isabel 16 fornecedores diferentes antes de encontrar a pele branca perfeita para produzir os modelos.
Os sócios escolheram o Porto para inaugurar o primeiro espaço físico, em 2019, mas chegaram à capital dois anos depois. Estão o número 4A da Rua Nova da Trindade, com muita luz e uma decoração clean que deixa que as sapatilhas sejam o centro das atenções. E não lançam coleções, mas modelos individuais e intemporais, que vai poder usar para o resto da vida. Quem passar por lá para experimentar os modelos, também pode aproveitar para beber um café — é por conta da casa.
Carregue na galeria para conhecer as sugestões da NiT, desde as que têm modelos internacionais exclusivos às propostas 100 por cento portuguesas.