Lojas e marcas

A colorida marca portuguesa para miúdos que correu o mundo já chegou a Lisboa

Quase dez anos após a inauguração da primeira loja no Porto, a Piupiuchick aterra finalmente na capital.

Qual é coisa, qual é ela, que foi criada em 2011 no Porto, espalhou-se pelo mundo e só uma década depois aterrou em Lisboa? A viagem da Piupiuchick é invulgar, mas facilmente explicável por Mariana Pimentel, membro do trio que hoje gere a marca de roupa para bebés e crianças e que, desde o final de julho tem, finalmente, uma loja própria na capital, em Campo de Ourique.

“Era algo em que já pensávamos há muito tempo. Vivi 15 anos em Lisboa, o meu marido é de lá e tínhamos muitos clientes que nos perguntavam porque não abríamos. Só que no nosso negócio, a venda direta é reduzida e as rendas por lá são caríssimas. E nós não gostamos de dar passos maiores do que a perna”, garante a portuense de 45 anos.

O que é certo é que para lá da loja do Porto, inaugurada em 2015, a Piupiuchick envia peças para todo o mundo. “Para mais de 40 países”, diz Mariana, enquanto faz contas de cabeça. Não entrou sozinha neste negócio que lhe era estranho, mas também à irmã Inês Pimentel, 46, e à amiga Marta Moreira, 44.

“Eu sou engenheira do ambiente e trabalhava em consultoria de gestão. A Marta é decoradora de interiores e a Inês é arquiteta. Um dia, acabadas de ser mães, em conversa discutíamos o facto de não encontrarmos nada de interessante na moda infantil. E alguém perguntou: ‘E se fizéssemos nós uma marca?’”, recorda. Sem experiência na área têxtil, apoiaram-se nos conhecimentos do cunhado da irmã, que “abriu algumas portas” em fábricas que, de outra forma, provavelmente “teriam recusado produções tão pequenas”.

A primeira coleção saiu em 2011 e já antecipava o futuro: um lançamento no mercado internacional. “Nunca sentimos isto como uma brincadeira. Queríamos mesmo criar uma marca forte”, explica sobre o projeto que, poucos anos depois, levaria a que as três se focassem quase exclusivamente a esta área.

A loja de Lisboa.

Inicialmente, a aposta recaiu sobre as jardineiras, para suprir uma necessidade pessoal e “havia poucas marcas com modelos que servissem” aos filhos. “Rapidamente mudámos para uma marca completa em termos de oferta”, explica. “É uma forma de contarmos histórias aos nossos filhos, de como era quando tínhamos a idade deles, o que fazíamos, ao que brincávamos.”

“Somos uma marca super colorida e divertida. Acho que é isso que nos distingue, sobretudo a mistura de padrões, das formas geométricas e flores, às riscas e padrões animais. E as peças de cada coleção ficam sempre bem com todas as outras.”

Logo no arranque, perceberam que “o mercado português era pequeno” e que a internacionalização era essencial. Hoje estão em mais de 40 países, sempre em lojas multimarca. “Isso representa 96 a 97 por cento do nosso negócio. Mas não foi fácil chegar lá, apesar de depois ter vivido um crescimento exponencial.”

Para começar a divulgação, correram feiras de vestuário infantil por todo o mundo. A primeira foi em Inglaterra, de onde vieram cheias de esperança. “Se soubéssemos à época o que sabemos hoje, talvez tivéssemos parado por ali. Acabámos por vir entusiasmadíssimas, mas só demos o salto a sério quando fomos a Paris”, nota. “Os buyers não compram uma marca só porque tem coisas giras. É preciso ter confiança de que há consistência, de que a marca vai continuar.”

Ao contrário do que acontece noutros países — só em Espanha, as peças da Piupiuchick estão em mais de 60 lojas —, em Portugal a marca vende apenas em loja própria e online, que foi, aliás, por onde tudo começou. “Temos pedidos de loja multimarca, mas é um país pequenino e sempre achámos que conseguíamos chegar a todos os clientes através da loja online e da física no Porto”, nota. “E agora a de Lisboa.”

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Rua Almeida e Sousa 57
    1350-010  Lisboa
  • HORÁRIO
  • Terça a sábado, das 11h às 14h e das 15h às 19h
  • REDES SOCIAIS

ÚLTIMOS ARTIGOS DA NiT

AGENDA NiT