Se encontrar o vestido perfeito para o baile de finalistas é, já por si só, uma dor de cabeça, a tarefa foi particularmente difícil para Joana Araújo. Quis fazer algo especial, por isso desenhou a peça ideal na cabeça, entregou a tarefa a uma modista e concretizou o desejo. Mas não foi tudo.
“Percebi que conseguia concretizar a ideia do vestido e que podia repeti-lo”, explica à NiT a jovem de 23 anos que está atualmente no último ano de um mestrado em Marketing. “Pensei que podia começar a fazê-lo mais vezes e criar uma marca.”
Desde miúda que tentava criar os próprios vestidos para as suas bonecas. Depois cresceu e percebeu que a dificuldade em encontrar a peça perfeita não se cingia ao vestido de finalistas. “Sempre fui uma pessoa com ideias muito concretas e não encontrava nas lojas o que queria”, nota.
Assim, decidiu juntar o útil ao agradável e criar a Aroanne, mas não sem antes encontrar dois pares de mãos valiosas e experientes. Agarrou na modista que a ajudou a desenhar o vestido do baile, contactou outra e juntas — a Dona Antónia e a Dona Cristina — formaram a dupla que torna realidade as ideias da criadora da marca.
Na sua mente, uma marca com a sua identidade tinha que ter outro tipo de preocupações que não apenas a de criar peças bonitas para vender. “Percebi que fazia sentido criar uma marca mais sustentável, com oferta de peças mais femininas e com desenhos mais modernos”, conclui.
Além da consciência social e da primazia dada a matérias-primas e mão de obra nacionais, Joana Araújo quer também que nada seja desperdiçado. Foi com esse propósito que impôs duas regras: coleções pequenas com número limitado de peças; e que todas sejam feitas a pedido, isto é, o material só é usado quando a encomenda é finalizada.
Mas isso não implica que tenha de esperar uma eternidade pela sua peça. Demoram três a cinco dias a ser feitas, mais o tempo de envio, que é, normalmente, um dia útil para o continente e dois dias para as ilhas.
A Aroanne é, no seu ADN, uma marca de “slow fashion”, uma espécie de resposta às frenéticas fast fashion — com uma abordagem mais equilibrada da moda, que privilegia peças mais duradouras, mais resistentes e mais sustentáveis.
Com o arranque oficial em abril e uma coleção cápsula disponível, a oferta ainda é reduzida. Estão à venda três modelos diferentes, da linha Avenue — um top, uma blusa e um macacão —, que se juntam a uma “statement piece”, a categoria que irá absorver todas as criações que não encaixem numa coleção específica. Os preços variam entre os 50€ e os 75€.
As matérias-primas são outras das preocupações de Joana. Atualmente, a apostar no linho, algodão e cetim, ainda não foi possível usar tecidos desperdiçados, mas esse é um dos objetivos. E apesar de usar alguns tecidos sintéticos, está convicta de que poderá avançar para o uso exclusivo de matérias-primas naturais.
Por fim, o packaging também não poderia ficar para trás. A marca assume-se como livre de plástico e todas as peças são enviadas em caixas de cartão compostável e reciclável e protegidas num saco de algodão orgânico que pode ser reutilizado.
Por enquanto, as peças estão apenas disponíveis no site oficial da marca. Carregue na galeria para conhecer as peças da Aroanne.