Na cidade de Marselha, no sul de França, nasceu a primeira loja de um conceito cujo objetivo principal é reunir influências de toda a bacia mediterrânea entre quatro paredes. Agora, três anos mais tarde, o conceito chegou a Portugal, graças a Julie Ferré. A inauguração d’A Loja Azul foi celebrada no dia 24 de março, no número 7 da rua São Cristovão, em Lisboa, e é pretende ser também um local de descoberta dos países do sul da Europa e do norte de África.
“Tudo começou em França e partiu de um grupo de amigos meus que desenvolveram a ideia. Inicialmente, ia integrar o projeto de Marselha, mas decidi vir viver para lisboa”, conta a curadora de 38 anos, que queria sair de um ambiente “stressante e com muita perda de qualidade de vida”. Encontrou a transformação que procurava na capital portuguesa, onde surgiu a oportunidade de alugar um espaço e voltar a integrar o projeto.
É o tom de azul, uma presença marcante no fundo da loja, que recebe os clientes neste canto da Mouraria. Quando a ideia surgiu, na cidade francesa, o grupo original — do qual Julie fazia parte — viajava muito pelo Mediterrâneo, paisagem pela qual se apaixonaram devido ao conforto da cor do céu e do mar. “Azul, num dialeto árabe, quer dizer olá e significa acolhimento”, acrescenta a empreendedora.
Desde o início, a ideia sempre foi criar um espaço para artesãos e pequenas marcas. A prioridade da curadoria são os trabalhos feito à mão em vários países mediterrânicos, mas na loja lisboeta o foco está nas peças desenvolvidas por mãos portuguesas. As cerâmicas podem vir do Alentejo, de Lisboa ou do Porto, misturando a tradição e a modernidade: “A vontade é a mistura de estilos, mas sempre procurando uma unidade. Tentamos manter uma linha artística coerente”.
Apesar das dimensões reduzidas do espaço, a oferta inclui muito mais. Destacam-se os tapetes felpudos feitos em Torres Novas e as joias criadas tanto na capital, como no sul da França ou até na Grécia. Da Tunísia vieram as T-shirts e da Turquia os ponchos. Origens diversas com um ponto em comum — todas se situam na bacia mediterrânica.
Nas paredes d’A Loja Azul também se encontram ilustrações da autoria da artista Teresa Rego. Muitas delas, pautadas pelas cores vibras e imagens abstratas, contrastam com o tom da parede e contribuem para a decoração convidativa. Pela loja, estão espalhados vários livros.
Embora tenha sido mais um acaso numa série de imprevistos, a localização da loja tornou-se uma vantagem. Julie já vivia no bairro da Mouraria e conhecia o antigo negócio que ali funcionava, também dedicado à cerâmica portuguesa. “A pessoa que estava a fornecer as cerâmicas à loja de Marselha era a proprietária da loja, uma francesa que viveu em Lisboa há 15 anos. Decidiu parar tudo, falou connosco e levou-nos a alugar o espaço que estava vazio.”
Nada fazia mais sentido do que A Loja Azul instalar-se num dos bairros mais tradicionais e multiculturais da capital, caracterizado por um certo je ne sais quois. Com “uma vibração e uma dinâmica simpáticas” está repleto de restaurantes, pessoas e movimento: “Temos clientes de todos os países a entraremna loja, incluindo muitos portugueses.”
A marca continua a consolidar-se, alimentada pelas influências com que se cruza. “Os meus amigos estão a viajar em Itália e estar atentos e em busca de inspiração”, conclui Julie. “[A loja] vai continuar a evoluir enquanto nós encontrarmos cerâmicas de qualquer país com peças interessantes e que se possam encaixar no resto da loja.”
Pode conhecer A Loja Azul no número 7 da Rua de São Cristóvão, na Mouraria, em Lisboa. Também é possível encontrar o catálogo da concept store no Instagram e no site da marca, que faz envios internacionais. Os valores das peças oscilam entre os 5€ e os 100€.
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