Os espaços polivalentes, em que entra para comer panquecas e acaba a comprar um casaco novo, por exemplo, são cada vez mais populares. Na Atrevo, que abriu portas no número 73 da rua Gabriel Pereira de Castro, em Braga, as diferentes áreas do conceito distinguem-se logo à entrada. Ao lado do showroom, com a nova coleção de roupa e acessórios, está uma zona dedicada ao brunch com uma carta dedicada ao inverno, lançada no início de janeiro.
O pequeno espaço reúne as duas paixões de Nelson Silva, de 29 anos. O jovem começou por trabalhar no restaurante dos pais, em Póvoa de Lanhoso, e ganhou o gosto pela restauração. A moda era outro interesse sempre presente e foi explorado com uma experiência numa retalhista.
“Sempre tive vontade de trabalhar por conta própria. Ao longo dos anos fui viajando e comecei procurar sítios e ideias onde me pudesse inspirar. Na altura, estava indeciso se abria um restaurante, uma loja de roupa ou conceito de brunch”, conta à NiT. Optou por unir estes dois íltimos e, a 2 de julho, abriu as portas ao público.
No nome, além da referência ao trevo da sorte, está refletido o atrevimento do fundador para apostar numa ideia nova, que ainda não estava a ser trabalhada no distrito. A natureza, que inspira os pratos que seguem as regras da alimentação saudável, traduziu-se num espaço equilibrado. Destacam-se os tons de verde que pintam as paredes, em harmonia com as muitas plantas que por ali se encontram.
“Na parte estética, queria um estilo mais alternativo”, acrescenta. Embora Nelson fale sobre a decoração, a mesma premissa aplica-se às peças de roupa e acessórios femininos que estão expostos ao fundo da loja: “Tento ter peças diferentes e que não se consiga ver tanto no mercado, como um blazer com um estampado mais arrojado”.
Os valores das peças variam entre os 5€ e os 50€. A curadoria é feita na íntegra pelo criador, que prioriza os fornecedores nacionais e que tenciona aproveitar o showroom para fazer exposições com criações de vários estilistas. Um desses exemplos é a designer Maria Meira, que já ali apresentou as propostas de uma coleção da sua marca homónima.
No outro lado da loja, dedicada ao brunch, é a mãe do fundador quem assume o protagonismo. Fátima Lima, de 62 anos, tornou-se a responsável pela cozinha e aceitou o desafio do filho para sair da sua zona de conforto: “Estava habituada a trabalhar em pratos mais tradicionais e quis mostrar-lhe um conceito novo”.
A ideia por trás da carta é acompanhar a sazonalidade dos ingredientes. “Temos cuidado com a altura do ano para conseguirmos sempre o brunch ideal, com propostas mais quentinhas nos dias frios”, explica. No entanto, há produtos que continuam de estação para estação, para manter a coesão, e que variam na forma como são apresentados.
Uma das principais sugestões são as panquecas e os ovos Benedict. No entanto, quem passar agora pela Atrevo, pode pedir o menu composto por uma bebida quente, um sumo natural, uma bowl de iogurte com granola artesanal e fruta, uma torrada, um crossaint e uma porção de ovos mexidos com bacon.
Desde a abertura, a reação dos visitantes — sejam habitantes da cidade ou pessoas que descobriram o negócio pelas redes sociais — tem sido positiva. No entanto, numa fase inicial, houve muita hesitação: “As pessoas ficaram admiradas porque não estavam à espera. Ainda colocam muitas questões. Querem saber se, afinal, é um café ou uma loja de roupa”.
Como forma de dar resposta às dúvidas dos clientes, Nelson oferece um serviço personalizado e mais familiar. Conhece-os, decora os nomes e cria uma comunidade em torno do conceito. Pelo caminho, prevê expandir o leque da oferta: “Atualmente, o foco é na roupa feminina, mas queremos ter outros artigos, frisa.
Pode visitar a Atevo entre as 9 horas e as 19 horas, de terça-feira a domingo, no número 73 da rua Gabriel Pereira de Castro, em Braga. Carregue na galeria para ficar a conhecer melhor o espaço.