Cores neutras, padrões animados e peças oversized. Quando Cláudia Ferrão e Marcelo Cachatra foram pais de Gustavo, em 2022, o casal de 37 anos sabia exatamente como queria vestir o miúdo. Na altura, já seguiam muitas páginas australianas e não resistiam às roupas que lhes apareciam no feed.
O nascimento do primeiro filho foi a motivação para se aventurarem num novo projeto. Apesar dos backgrounds diferentes — ela é técnica de análises clínicas, ele trabalha para o Ministério da Justiça — ambos são apaixonados por moda, sobretudo do estilo dos mais novos.
“Os nossos empregos davam-nos disponibilidade para pensar em coisas novas. Ambos entramos e saímos muito cedo”, começa por explicar Cláudia à NiT. “Não queríamos mudar o nosso estilo de vida, então, encontrámos algo para mantê-lo mesmo após o nascimento do Gustavo.”
Inspirados pelo filho, meteram mãos à obra e lançaram a Ayah Kids, em abril. Com peças de 1 a 5 anos, a marca é composta por vestidos, calças, jardineiras, conjuntos e até uma coleção de fatos de banho. A maioria das peças, únicas e intemporais, não tem distinção de género.
O nome surgiu de uma brincadeira. A primeira palavra que Gustavo disse foi “papá” — ainda não sabem se vem de “pai” ou de “papa” —, então o casal decidiu brincar no Tradutor a procurar em várias línguas. Curiosamente, o miúdo reproduzia o som “ayah”, que significa “papá” em malaio.
Inicialmente, a ideia era criarem peças apenas entre os zero e os 36 meses. E, embora ainda mantenham os bibes e outras peças para os recém-nascidos, decidiram alargar o leque e mudar o foco, “para chegar a um público maior”, diz Cláudia.
Todas as peças passam por uma etapa de personalização. Após comprarem os modelos a um fabricante, colaboram com uma amiga apaixonada por costura, mas que trabalha na área da saúde, para alterar as costuras, os botões ou outros detalhes. O objetivo é serem responsáveis por toda a confeção.
Outro dos desafios foi a escolha dos tecidos cuja descrição da qualidade, explicam, “muitas vezes não corresponde à realidade”. Todas as peças são feitas em algodão orgânico ou de bambu, com exceção dos fatos de banho em nylon. “Tentamos, ao máximo, eliminar o poliéster.”
Curiosamente, os bestsellers são muito diferentes online e nos mercados onde participam. “Em quase todas as feiras esgotamos os nossos macacões Sunrise, mas depois, no site, são os fatos de banho que têm tido uma procura enorme”, explica.
Durante todo o processo, o filho, atualmente com dois anos, continua a ser o maior modelo e inspiração. As peças para teste vêm sempre no tamanho de Gustavo e, só depois, avançam com uma compra maior. “Adoramos o estilo, ele fica incrível e sempre muito feliz.”
As aventura nos mercados começou no início do verão. Após as primeiras sugestões para experimentar o formato, o casal percebeu que corria bem e explorou novos sítios. Em agosto, vão estar no Algarve alguns fins de semana para as pessoas poderem ver ao vivo e tocar as peças.
“Estamos a pensar introduzir um estilo de peça em cada estação, criada por nós, e ter uma coleção apenas da nossa autoria aos poucos”, conclui Cláudia. E, aos poucos, querem continuar a levar as propostas da Ayah a vários mercados espalhados um pouco por todo o País.
Os modelos da marca estão disponíveis entre os 8€ e os 34€ no site oficial e na página de Instagram. Carregue na galeria para conhecer algumas propostas.