As sandálias Birkenstock ganharam notoriedade global devido ao design concebido em 1774 por Johannes Birkenstock, embora seja um dos mais controversos no universo da moda. A popularidade deu origem a inúmeras réplicas ao longo dos anos e, agora, a marca alemã decidiu iniciar três ações judiciais contra empresas que estão a reproduzir as icónicas solas de cortiça, avança o “The Guardian”.
A empresa apresentou os processos esta quinta-feira, 9 de janeiro, um deles contra a cadeia de supermercados alemã Tchibo, que comercializa modelos bastante semelhantes. A acusação baseia-se na violação dos direitos de autor, segundo os advogados da Birkenstock, que solicitam ao tribunal a proteção legal do design. O pedido inclui a atribuição do estatuto de “obras de arte aplicadas” às sandálias.
A legislação alemã em questão visa salvaguardar os desenhos de artistas ou artesãos, seja em livros, pinturas ou outras criações. Os processos mencionam o Porsche 356, de origem alemã, e o mobiliário projetado por Le Corbusier como exemplos relevantes que reforçam a argumentação.
“Nos termos da lei dos direitos de autor, há décadas que se reconhece que os designs extraordinários de objetos do quotidiano também podem ser protegidos por direitos de autor”, sublinha um dos advogados da Birkenstock.
Após a apresentação dos processos no Supremo Tribunal, o tribunal de Colónia não reconheceu qualquer autoria artística associada às sandálias. A criação de Johannes Birkenstock remonta ao século XVIII, enquanto a palmilha de cortiça foi registada apenas em 1960, o que contribuiu para a popularidade da marca. Os três processos referem-se especificamente ao uso indevido desse detalhe no modelo Arizona.
A aparição do calçado no filme “Barbie”, disparou as vendas da fabricante alemã (sobretudo do modelo Arizona Big Buckle, à venda online por 100€). Graças a este fenómeno, a empresa preparou-se para integrar a bolsa a partir de setembro com uma projeção de 8 mil milhões de dólares (ou seja, cerca de 7,28 mil milhões de euros).