Após o nascimento da filha, Tiago Carvalho entrou numa espiral. Sentia-se, como muitos pais de “primeira viagem”, um pouco perdido face à imensidão da oferta para bebés. Não sabia o que escolher, nem o que devia ter conta antes de decidir. Acabou por mergulhar nas redes sociais à procura das melhores opções. Durante as suas pesquisas, cruzou-se com a página de Instagram Geppetto, da fisioterapeuta Patrícia Machado, e foi aí que descobriu o conceito de sapatos respeitadores — um movimento cada vez maior em Portugal.
A premissa, ainda desconhecida para muitos, é simples: permitir os movimentos livres e o desenvolvimento natural dos pés dos mais novos, respeitando a sua fisionomia. A ideia é que os miúdos sintam que estão descalços.
Nesse dia, decidiu que a filha Benedita, atualmente com dois anos, só iria calçar os chamados “sapatos barefoot”. E rapidamente percebeu que existia uma enorme lacuna neste tipo de oferta no mercado nacional.
“Já existiam modelos deste género noutros países europeus, como Espanha. Lá fora, existem imensos dados sobre este princípio, mas por cá ainda não existiam muitas opções”, conta Tiago, de 35 anos, à NiT.
Após vários meses a pensar em soluções, decidiu lançar a Bunny Barefoot em agosto — inspirado no nome do coelho de peluche da filha, boneco a que chama Benny. A marca, “100 por cento nacional”, oferece modelos versáteis com base “no amor pela liberdade dos miúdos”.
Entre os requisitos, cada par deve ter a ponteira ampla, com espaço para todos os dedos. A sola deve ser dura para proteger, mais fina e flexível. Por fim, o sapato tem que se enrolar para a criança ter liberdade de movimento. Acrescenta-se também a palmilha lisa e os cordões ou velcro para um maior ajuste.
Com tanto aspeto técnico, assume-se logo que se tratam de modelos aborrecidos. Felizmente, não é o caso. Os modelos da Bunny são um desenho unissexo que surge em dois tons — azul e camel — com um acessório com uma tira de franjas que pode ser removida. Assim, torna-se mais clássico ou casual, consoante o que prefere.
“Muitos pais queriam calçar as típicas carneiras aos filhos, mas não existiam opções que fossem barefoot. Como começámos a pensar no projeto na altura do Natal, percebemos que era um modelo que ficava muito bem nas fotografias, então quisemos colmatar essa lacuna”, acrescenta.
Natural de Caldas das Taipas, o fundador esteve sempre muito perto da indústria do calçado. A sogra, por exemplo, trabalhou a vida inteira numa fábrica de sapatos. Por isso, todos os modelos são 100 por cento portugueses e produzidos numa confeção em Felgueiras, no Porto.
Embora só tenham um modelo, a ideia é continuar a expandir o catálogo do negócio. Neste momento, já têm protótipos do mesmo design respeitador em botas e, mais tarde, vão explorar mais tipos de sapatilhas. “Para começar, tínhamos que começar apenas com um modelo.”
Enquanto isso não acontece, além da venda online, a marca também já está a revender para vários espaços físicos espalhados pelo País. Setúbal, Lisboa, Aveiro e Porto são apenas algumas das localizações. “Não estamos a pensar abrir uma loja própria, mas queremos que os clientes possam ver as peças de perto”, conclui.
Todos os sapatos da Bunny Barefoot estão à venda no site e custam 67€. Carregue na galeria para ver mais imagens do produto e veja mais na página de Instagram da marca.