Em 2015, Andreia Neves tornou-se vegetariana e a decisão suscitou uma série de questões. As preocupações aumentaram quando foi mãe, dois anos mais tarde, e virou vegana, o que a obrigou a alterar o consumo de cosméticos. Deu por si com a tarefa “demasiado complexa” de avaliar todos os produtos de que mais gostava.
“Apercebi-me que era difícil certificar-me que os artigos das marcas que queria comprar eram, de facto, cruelty free”, conta a educadora social, de 30 anos, à NiT. “Perdia muito tempo para encontrar as melhores opções e percebi que havia muita gente a partilhar esse dilema.”
Foi então que começou a imaginar uma solução de mercado que pudesse agilizar a experiência dos consumidores. Nasceu assim a Be a Bunny, uma loja online criada em junho onde “pessoas que querem descomplicar a rotina diária” podem encontrar negócios amigos do ambiente e dos animais.
Um dos objetivos da plataforma é dar palco a marcas portuguesas. Porém, explica Andreia, o critério essencial é que o catálogo do negócio não tenha qualquer tipo de ingrediente animal e que não seja testado em animais. Assim, abre-se a exceção para alguns projetos de fora.
No mercado é possível encontrar negócios bastante conhecidas como a Shaeco, lançada em março de 2020. O produto estrela é o champô sólido, que pode ser usado até 100 vezes, visto que é feito de forma industrial, ao contrário da maioria das opções no mercado, que são feitos à mão e tendem a desfazer-se facilmente.
Outra das marcas bestsellers é a Unii, criada por duas irmãs que criam produtos com técnicas artesanais, como óleos corporais, sem recurso a bases cosméticas pré-feitas. As fórmulas são selecionadas de forma rigorosa, dando preferência aos ingredientes biológicos que podem vir do mundo inteiro.
“Faço uma primeira pesquisa para encontrar negócios sustentáveis, entro em contacto com as marcas e faço algumas questões. Qual é o tipo de produção? O que utilizam? E entra-se na fase de pesquisa uma a uma”, explica a fundadora da Be a Bunny, que já usava algumas destas propostas no dia a dia.
Recentemente, abriu também um formulário no site para que marcas interessadas possam entrar em contacto e fazer parte do projeto. “Estamos a fechar ainda mais parcerias para breve”, revela.
Além disso, Andreia certifica-se que testa várias das propostas nas redes sociais com amigos, de forma a mostrar a durabilidade e a eficácia de cada um. E, claro, para desmistificar mitos como a ideia de que champôs sólidos, que são mais amigos do ambiente, não fazem espuma, por exemplo.
“Existe muita gente que acredita que precisamos de produtos com mais químicos para serem eficazes. Têm receio de usar algo artesanal porque não acreditam que nos resultados”, aponta. “Ou então evitam usar este tipo de produtos por poderem ser mais caros, mas são mais eficientes a longo prazo.”
Andreia quer também que todas as encomendas sejam enviadas em embalasgens reutilizáveis. Falamos das pequenas caixas de cartão e de todo o tipo de enchimento, seja de papel (revistas jornais ou papel de embrulho) ou de plástico (bolhas pequenas, médias ou grandes, ou qualquer outro plástico que sirva de enchimento).
E nunca falta o logótipo do coelho que dá nome à marca. O animal saltitante tornou-se um sinónimo de garantia cruelty free usado por várias marcas com certificações de que não testam em animais, sendo também o símbolo deste projeto. O nome é um convite para que todos se juntem ao movimento.
“Gostávamos de ter mais marcas e expandir para parcerias com empresas restauração e hotelaria, para estarem mais alinhadas connosco na parte da sustentabilidade”, conclui. “E, se possível, oferecerem algumas destas alternativas aos hóspedes durante a sua estadia.”
Todas as opções da Be a Bunny estão disponíveis na plataforma online do projeto. Os valores começam a partir dos 8€.
Carregue na galeria para conhecer alguns dos bestsellers.
