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Chabers: os novos sapatos unissexo portugueses misturam o clássico e o desportivo

Os modelos da marca nacional têm solas coloridas, mas dão para todas as ocasiões. Todos os pares são feitos à mão.
São para todas as idades.

Os olhos de Hélio Bernardino já viram nascer dezenas de estrelas. Dedicado à moda há cerca de 30 anos, não só ajudou a lançar a carreira de vários jovens, com diferentes aspirações — de modelos a atores —, como se manteve atento ao estilo dos novos talentos. O seu trabalho inclui, em parte, absorver as novas tendências nacionais e internacionais.

Esta missão tornou-se ainda mais vital quando, há mais de uma década, comprou a Elite Lisbon. Como a agência se encontrava numa fase difícil, o atual diretor da empresa, de 52 anos, sentiu-se aliciado pelo desafio de voltar a consolidar a estrutura.

Entre as modas que foram surgindo neste período, o empresário manteve um apreço especial pelo mundo do calçado. Há cerca de três anos, os irmãos João e José Chagas, cuja família está ligada à produção de sapatos, convidaram-no para fazer parte da fábrica, que produz para clientes estrangeiros. Hélio não hesitou.

Rapidamente percebeu que não se queria ficar por aí. “Comecei a investigar que modelos faziam falta às pessoas. Notei que havia muitas pessoas que precisavam de se vestir de forma mais formal, mas que não gostam de usar sapatos clássicos. Ou vice-versa”, começa por explicar à NiT.

Atento a esta lacuna, juntou-se aos sócios para trazer uma proposta inovadora. Nascida em novembro, a Chabers Shoes é o resultado desta missão: uma marca nacional com sapatos unissexo, totalmente feitos à mão, que quebram as barreiras entre o estilo mais desportivo e conversador.

“Cada par é elegante, mas assente num conceito descontraído”, afirma. Enquanto a parte de cima segue o design de um sapato tradicional, em baixo assemelha-se a uma sapatilha. “Há muita gente que, durante o dia, precisa de usar algo mais sporty, mas não querem aparecer com sneakers.”

Aquilo que mais os distingue é a sola transparente com uma cor no interior, a contrastar com os tons neutros do revestimento. “Visto ao longe, é como se estivéssemos a explorar um conceito de andar pelo ar graças à transparência”, acrescenta. Um dos principais desafios foi esconder as linhas, que não se podiam ver a partir da sola.

O primeiro lançamento conta com solas vermelhas, mas Hélio garante que o catálogo irá além dos novos red bottoms nacionais. Os próximos, confirma, contarão com uma tonalidade de azul vibrante. A ideia é que, em cada coleção, tragam uma opção diferente para os clientes.

O fator diferenciador está na sola.

Cada par da Chabers, nome que mistura o apelido dos três sócios, é criado quase todo à mão por artesãos nacionais, no norte do País, que combinam técnicas clássicas com uma estética mais ousada. Um dos pontos de partida da marca foi a preocupação com a durabilidade, o que passou pela escolha de materiais de qualidade.

Após o lançamento dos primeiros três modelos, Hélio confessa ter sido apanhado de surpresa. “A aceitação tem sido incrível”, confessa. Se inicialmente tinham em vista uma faixa etária menos ampla, têm recebido encomendas de pessoas com idades compreendidas entre os 16 e os 45 anos.

“Muitos dos jovens que nos mencionam nas redes sociais estão ligados ao universo do streetwear ou do skate, algo que não esperávamos”, revela. “Mas também houve um senhor que foi a um batizado e mandou-nos uma imagem com um dos pares, a combinar com um fato clássico. Abrange uma série de gostos.”

Esta estratégia refletiu-se nas primeiras campanhas, onde mostraram, através de uma linguagem visual arrojada, que qualquer pessoa o pode usar — independentemente do género ou da idade. “Estou há 33 anos neste mundo, então quis trazer um conceito de moda mais ousado, inspirado na estética anos 90.”

Após ter atingido vários mercados, como o espanhol, o francês, o alemão e o suíço, o diretor criativo da Chabers reforça que não se quer prender a lançamentos sazonais. Em vez disso, vão continuar a lançar entre três a quatro modelos de forma regular, de dois em dois meses. Os próximos estão previstos para janeiro.

Além da internacionalização, dos principais objetivos passa por linhas com unidades limitadas e numeradas, em colaboração com algum artista nacional, prevista para maio. “Queremos apelar aos colecionadores. Há pessoas que amam sapatos e que gostam de ter modelos mais exclusivos”, diz.

Os primeiros modelos da Chabers estão disponíveis no site da marca. Cada par custa 135€.

Carregue na galeria para conhecer as propostas.

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