Os vestidos de Carlota Machado já foram usados de formas tão distintas que, muitas vezes, parecem uma peça nova. O mesmo modelo surge com calças por baixo, é combinado com sapatilhas ou sandálias de salto alto e há quem poupe as conjugações. Para a designer, de 37 anos, uma das partes mais gratificantes do seu trabalho é ver o styling das clientes.
Este é um dos pilares da Creamy Studio, uma nova marca nacional com um estilo “chique descontraído”, lançada em junho. Na coleção de estreia, predominam as peças folgadas com folhos e cores vibrantes, inspiradas num estilo de vida cosmopolita e festivo.
“Sempre tive muitas ideias e sabia que iria acabar por fazer alguma coisa, mas ainda não as tinha posto cá fora”, explica a fundadora à NiT. “Não sabia bem que tipo de produto lançar, então comecei por vestidos e roupa mais feminina.”
Formada em design de moda, em Lisboa, a criativa passou por várias empresas têxteis e ainda explorou a área do marketing. Em 2014, mudou-se para Londres, no Reino Unido, à procura de emprego ligado especificamente ao design. Teve sorte. Durante três anos, trabalhou como designer para várias marcas de luxo internacionais.
Quando regressou a Portugal, em 2017, dedicou-se à área do e-commerce. No entanto, começou a sentir falta de explorar o lado mais criativo, um dos motivos que a levaram a tirar alguns dos esboços da gaveta e começar a idealizar uma marca pessoal.
“A roupa de festa é sempre uma necessidade no mercado. Há muita procura graças a esta febre dos casamentos”, acrescenta. “As pessoas não querem acabar com roupa igual às outras, então tentamos oferecer peças mais exclusivas, com texturas, cores e cortes modernos.”
Com modelos curtos e muitos folhos, os vestidos da Creamy Studio são uma extensão do gosto e da personalidade da fundadora. “O conforto e a atitude são dois elementos que me definem”, refere.
Para isso, Carlota colocou de lado a ideia de peças demasiado cintadas e que servem apenas para um tipo de corpo. É por esse motivo que só existem dois tamanhos disponíveis, para dar resposta a todas as fisionomias de corpo, caindo de forma diferente a cada uma — e permitindo vários tipos de styling.
A produção dos modelos é feita em fábricas em Portugal, com quantidades limitadas de peças e com base no reaproveitamento de excedentes. O ponto de partida foi combater o desperdício de tecidos que surgem nestas confeções, todas elas situadas nos arredores de Lisboa.
“Com base no stock disponível e na oferta de matérias-primas, consegui criar a paleta de cores ideal. Sabia que queria propostas vibrantes para serem peças alusivas a festas e a casamentos.”
No entanto, estas peças também foram pensadas para aproveitar um dia descontraído. “Os designs versáteis garantem que pode usá-los com ousadia, com confiança, sem esforço e, mais importante, com atitude.”
Embora tenha uma assinatura bastante vincada, Carlota fez da sua missão adaptar estas assimetrias e volumetrias aos pedidos das clientes. No entanto, a assinatura não vai mudar. “Há quem prefira peças cintadas ou mais compridas, mas não podemos agradar a toda a gente.”
As propostas já chegaram ao espaço da 38 Graus, na Rua Poço dos Negros, em Lisboa. O objetivo é continuar a apostar em pontos de venda. “Sinto que o povo português precisa de sentir e tocar nas peças”, conclui. “A ideia é estar fixa em várias lojas a partir do próximo ano e em diversos marketplaces.”
As peças da Creamy Studio estão disponíveis no site da marca, com valores entre os 160€ e os 190€. Carregue na galeria para descobrir algumas das propostas.