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Lojas e marcas

5 anos depois, Juliana Bezerra regressa ao centro de Lisboa com nova loja

O espaço segue uma decoração coesa, inspirada precisamente na nova coleção da designer brasileira.

Juliana Bezerra concretizou finalmente o seu sonho de regressar a Lisboa, com um novo ateliê no Páteo da Bagatela. A designer brasileira já lá tinha estado instalada, quando a sua marca de joalharia ainda estava a ganhar fama. Agora, no dia 18 de setembro, regressou a esta zona da cidade para ocupar o número 45 da Rua Artilharia 1.

Formada em Turismo e Hotelaria, Juliana chegou a Portugal, vinda do Brasil, quando tinha apenas 22 anos. O objetivo era ficar por cá durante apenas uns meses, no entanto acabou por se apaixonar pelo País e mudou-se em definitivo para Lisboa. Na altura, o namorado — com quem casou, entretanto — sugeriu-lhe inscrever-se na Escola de Joalharia, no Cais do Sodré.

“Estive lá uns quatro anos. Gostei muito. Era o tipo de pessoa que não queria deixar a escola porque comecei a criar o meu mundo lá”, explica a empresária de 45 anos à NiT.

No final do curso trabalhou durante cerca de um ano na Galeria Terese Seabra, no Bairro Alto. O cargo deu-lhe a oportunidade de conhecer outros artistas e consolidar o que tinha aprendido no tal curso de Joalharia Contemporânea.

“Foi muito enriquecedor trabalhar lá”. Depois de ganhar alguma experiência, abriu o primeiro ateliê, na Rua da Esperança, em conjunto com outras três colegas.

Apesar de ter demorado algum tempo para lançar uma marca em Portugal, a 22 de setembro de 2012, teve um enorme sucesso assim que criou uma página online para publicar fotografias dos trabalhos que realizava. Os anéis eram especialmente populares. “Nessa altura deixei de vender só a amigas e apareceram as primeiras clientes”.

Quando começou a ganhar mais visibilidade, decidiu mudar-se para um espaço só seu, onde pudesse atender os clientes à vontade. As vantagens de ter um ateliê individual permitiu-lhe criar “criar o seu mundo”.

“Foi a primeira vez que vim para o Páteo Bagatela, mas estava numa loja mais pequenina, na outra entrada do pátio”. Durante os seis anos que esteve instalada por ali, o negócio evoluiu de tal forma que se viu forçada a sair: “Já era pequeno demais. Por isso fui para o Restelo.”

O ateliê no Restelo abriu a 10 de setembro de 2020 e materializou-se numa das maiores conquistas de Juliana: adquirir um espaço que contasse a história da marca em detalhe e que representasse a sua individualidade através de uma arquitetura e decoração coesa. No entanto, afastar-se do Páteo de Bagatela trouxe-lhe alguma tristeza: “A maioria das minhas clientes eram daquela zona. Ou moravam ou trabalhavam lá. E não deixa de ser o centro de Lisboa. É perto de tudo”, explica.

Foi por isso que, quando surgiu a oportunidade de regressar, depois de cinco anos de ausência, Juliana não hesitou. “Certo dia vim jantar aqui na zona e vi que estava disponível. Liguei logo no dia seguinte. Ainda era cedo, de manhã. Fiquei num estado de felicidade…”, conta.

A designer lembra um episódio de há uns anos — enquanto se mudava do primeiro ateliê para a morada no Restelo — de ter olhado para a loja, que era na altura um gabinete de arquitetura, e ter pensado: “‘Se esta loja estivesse disponível eu nunca me iria embora daqui’”.

Em 2025 conseguiu finalmente regressar ao Páteo Bagatela, contando com o lado acolhedor das lojas vizinhas. “A receção deles foi incrível. As pessoas que trabalham aqui ainda me reconheciam e apresentaram-se para os donos dos novos negócios”.

 
 
 
 
 
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Uma publicação partilhada por Juliana Bezerra | Joalharia de Autor (@julianabezerrajewellery)

Para a decoração do espaço, Juliana Bezerra trouxe grande parte da sua personalidade. “O meu ateliê traduz a marca. Vai mudando conforme as coleções. Os estímulos vão mudando porque eu preciso que o ambiente mude para acompanhar o que estou a criar no momento”, explica Juliana.

Para ilustrar este ponto, a criativa revela que está em preparativos para começar uma nova coleção inspirada em flores e cogumelos. Por isso, está também a reunir outros elementos de decoração: “Já tenho um cogumelo lá em cima. É um sinal do que vou fazer a seguir”.

Por agora, o novo espaço de Juliana está recheado de conchas e referências marítimas, tudo influência da sua coleção de joalharia mais recente “Delírio”, lançada em junho deste ano. A inspiração para as novas peças surgiu do surrealismo e serviu-se de referências artísticas como ponto de partida.

“Quando eu escolho um tema, estudo-o muito. No caso do surrealismo, fui estudar os artistas, as cores, as histórias…”

No entanto, cada jóia mantém um elemento muito próprio da individualidade de Juliana enquanto designer. “Juntei [ao surrealismo] o meu verão, tornando-o em alogo mais lúdico”. 

Isso significa que, além de certos detalhes motivados pela carreira de Salvador Dali — como os brincos de Elsa (110€), representados como uma flor que tem umas pernas por baixo, em referência a Elsa Schiaparelli, musa do pintor —, a coleção conta detalhes mais lúdicos que relembram o verão, através das representações dos peixes, caudas de sereias, dos cisnes, de flamingos e de patos. Juliana diz que “Delírio” é a representação do “seu próprio surrealismo”.

Carregue na galeria para conhecer melhor a nova loja de Juliana Bezerra em Lisboa.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    R. Artilharia 1 n.º 45
    1250-038 Lisboa
  • CONTACTOS
  • HORÁRIO
  • Segunda à sexta-feria: 11:00 - 19:00
  • Sábados: 10:00 - 13:00

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