Quando se pensa em lenços, falamos de arte que se pode vestir. A febre em torno do acessório surgiu devido à mistura de cores, texturas e padrões que, muitas vezes, se assemelham a quadros dignos deu museu. E não são só usados na cabeça, mas também como uma alternativa aos tops e aos cintos, por exemplo. Esta versatilidade e caráter artístico da tendência têm sido explorados pela marca portuguesa Weronika Anna Rosa.

A cofundadora e diretora de 31 anos, que dá nome à insígnia, é de origem polaca. Porém, a marca está sediada em Lisboa. A admiração por Portugal surgiu numa viagem em 2011, que levou Weronika a regressar para explorar melhor a cultura e o estilo de vida portugueses. Acabou de se mudar de Varsóvia para Lisboa.

Em 2016, a artista-pintora conseguiu uma bolsa para estudar História da Arte.

A seu lado, tem o investidor Francês Xavier Bellot, de 59 anos, e a colaboradora portuguesa Leonor de Alvim, 29 anos. O objetivo continua a ser o mesmo que levou a historiadora, em 2019, a lançar a marca: “Inicialmente, [surgiu] com a ideia de traduzir os meus projetos desenhados à mão em peças de decoração de interiores, como papéis de parede e tecidos”, explica. “. Durante os confinamentos sucessivos, senti a necessidade de criar umas peças mais versáteis e lancei a primeira coleção de lenços estampados”.

A mais recente coleção consiste num lançamento de lenços em seda orgânica, inspirados na infância da criadora. Os retângulos que retratam “verões passados nos campos floridos na Polónia, com litografias do Picasso e Braque”, são apresentados em dois tamanhos distintos: o twilly (lenço-fita) e o lenço de pescoço, “para propor uma gama mais jovem e acessível”.

“Sempre estava ligada ao mundo da arte e a arte tem relações importantes com a moda”, recorda ainda sobre a infância. Quando era mais nova, prestava atenção ao vestuário para procurar peças originais e através dos quais podia exprimir a sua personalidade. Foi, desta forma, que começou a realizar os seus primeiros projetos pintados à mão.

Destacando-se pelos poéticos padrões florais e cores vibrantes, combinados “com uma grande sensibilidade cromática”, as peças seguem o estilo artístico de Weronika. Cada padrão é desenhado à mão, sem procurar seguir tendências sazonais.  Além disso, “a nervura diagonal deste tipo da seda faz com que o tecido seja mais denso e vinca significativamente menos” e “tem a capacidade de regular a temperatura do corpo de forma eficiente”.

“A criação da nossa coleção de lenços veio mais do meu coração do que de uma análise do mercado. O lenço é, para mim, uma peça híbrida, que combina perfeitamente arte com design e moda. Uma peça de apontamento, como uma joia, que dependente da nossa vontade e criatividade para adicionar um toque muito pessoal”.

Depois dos estampados serem idealizados com a sensibilidade cromática e com referências à arte e à flora, o processo é manual e tradicional. É utilizada tinta da china, aguarelas e guaches no papel para, no final, o desenho ser digitalizado e preparado para a impressão. Posteriormente, os acessórios são produzidos em séries limitadas na região de Como, Norte de Itália, “berço da estampagem têxtil de luxo”. Colaboram com uma manufatura familiar externa, tratando-se de uma microempresa.

Neste momento, já está a ser pensada uma futura coleção desenhada para homens. Para a cofundadora, apesar da procura, “existe pouca oferta de lenços com algum twist e cores vibrantes para o publico masculino”. Ao mesmo tempo, procuram internacionalizar a marca e objetivam desenvolver outras gamas de produtos, seguindo o estilo vincado e a ética sustentável.

A coleção foi lançada no site da Weronika Anna Rosa, mas também está disponível em várias lojas físicas em Portugal, na Polónia e na Alemanha. Carregue na galeria para conhecer os lenços desta coleção.