A viagem de Samuel Einstein começou pela costa espanhola e terminou em Lisboa, em 2015. O plano era ficar apenas três meses, mas o artista norte-americano, de 34 anos, nunca mais olhou para trás. Fez as malas com o objetivo de surfar as melhores ondas e foi em Portugal que as encontrou.
E não trouxe apenas a prancha consigo. Quando não está na praia, dedica-se a formas de arte como pinturas a óleo ou à criação de peças com madeira maciça, entre outras. O seu talento está à vista nas exposições individuais, como na Art Room, uma galeria na zona da baixa.
Nos últimos tempos, Einstein esteve ocupado a construir um canto para juntar vários artistas. “É o meu espaço porque precisava de um local para trabalhar. Tinha um atelier, mas precisava de algo maior para juntar o meu ofício e um ponto de venda”, conta à NiT.
Inaugurou o Espaço Ziggy, na rua de Campolide, a 2 de agosto. A loja é uma marcenaria com espaço disponíveis para artista de várias disciplinas, como pintores, designers, escultores e joalheiros. Há vários spots disponíveis para trabalharem ou colocarem peças à venda.
Com 200 metros quadrados, o espaço divide-se em quatro áreas. Há duas salas privadas para trabalho, no piso térreo e no mezanino, e uma área aberta em ambos os pisos. O ponto de venda surge mais ao fundo, com isolamento acústico, e está aberto para os residentes do estúdio.
“Foi pensado como se fossem duas coisas separadas”, explica. Ali juntam-se as molduras artísticas que Sam cria na loja, assim como móveis e pequenos objetos decorativos. E não faltam, claro, as pinturas inspiradas em Lisboa e na Califórnia, onde o fundador nasceu e cresceu.
É um estúdio com um ambiente mais industrial, onde as peças que estão expostas formam a decoração. As cores das pinturas e as matérias-primas das obras de arte contrastam com a frieza do cimento e do ferro.
O artista encontrou tudo o que procurava em Campolide. No pequeno bairro lisboeta, tão fértil à criatividade, encontra vários negócios locais, como lojas e espaços criativos, e “uma boa comunidade”, explica.
Embora ainda não tenha nascido, o filho de Sam, cujo nascimento está previsto para agosto, também é uma das inspirações para este projeto. Chama-se Ziggy e é ele que dá nome a esta nova aventura.
Pelo meio, o norte-americano já tem várias pessoas interessadas em ser acolhida e continua a criar projetos para hotéis e restaurantes. E aproveita todos os momentos para apanhar uma boa onda. “Só quero criar uma comunidade e ser criativo.”
As peças do Espaço Ziggy estão à venda a partir dos 50€.
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