A pandemia tem colocado à prova as nossas capacidades de resiliência e de reinvenção e enquanto uns põem em dúvida se estão no caminho certo profissionalmente, outros põem mãos à obra e tornam realidade os seus sonhos.
Foi mais ou menos o que aconteceu com Marta Fonseca, que em julho de 2020, em plena pandemia, resolveu abrir a Complexo Concept Store. A jovem de 27 anos, formada em Marketing e Publicidade no IADE, encontrou a solução para um problema de espaço e resolveu trabalhá-la.
Responsável pelo Marketing da Gateleven, uma empresa familiar fundada pelos pais em 1996, especializada em travel retail e ainda co-fundadora da produtora Jack and the Lady, maioritariamente virada para a produção de conteúdos audiovisuais para o online, Marta precisava de um espaço onde colocar à venda artigos de outlet.

“Precisávamos de um espaço físico, numa localização premium no centro da cidade de Lisboa, para escoar produto que tínhamos parado — essencialmente desatualizado — no nosso armazém. Surgiu esta oportunidade na Rua Tomás Ribeiro — uma loja com mais de 300m2 — que, por ter dois andares e uma possibilidade de disposição variada, permitiu-nos perceber que podíamos fazer muitas coisas além da ideia inicial de escoar produto”, conta à NiT.
A ideia inicial desta Complexo Concept Store era ser uma loja dividida em três áreas diferentes. A maior estaria dividida em dois, entre as marcas de moda e acessórios como Gabriela Baptista, Freakloset, Marie ou Shop Charlotte, e uma área de decoração e artigos de casa com marcas como Ramos Cerâmica, Krus, Tiago Moura Design, Sofia Alves ou Marta’s. O resto da loja fica dividido entre uma área com artigos de viagens e negócios e uma sala privada com o outlet onde estão os tais produtos para serem escoados a preços convidativos.
No início, a seleção de marcas foi feita começando um pouco pelo gosto pessoal de Marta, dentro daquelas que já seguia através das suas próprias redes sociais. Contactou-as e hoje em dia já é mais fácil chegar a outras marcas através do passa a palavra.
Esta diversidade de produtos e serviços dentro de um mesmo espaço foi mesmo o que levou a ser escolhido o nome de Complexo para a loja. “Um espaço onde pequenas pontas soltas, juntas fazem todo o sentido.”
A pandemia foi apenas mais um pretexto para continuar alerta e a inovar, tentando chamar a atenção dos clientes com ideias que sobressaiam e que os cativem. Assim, não pode dizer-se que este novo confinamento que vivemos esteja a ser tão catastrófico como poderia ser para uma marca ainda em crescimento.
“Já tínhamos começado a desenvolver a loja online com vista a aumentarmos o nosso canal de vendas. Com o confinamento obrigatório investimos ainda mais nesse campo. Assim, criámos uma plataforma onde juntámos as diversas marcas portuguesas presentes na loja física associando o conceito de outlet (onde colocámos os produtos que tínhamos desatualizados e que também estão presentes na loja física) e, ainda, o nosso conceito de travel & business.”
No futuro tem em mente desenvolver este projeto incluindo outros serviços como um estúdio de produção de fotografia e vídeo no piso inferior da loja, que poderá ainda contar com outros serviços.
“Queremos mais serviços neste piso, nomeadamente um espaço onde se sirva café americano e um outro com livros onde os nossos clientes se possam sentar num ambiente acolhedor, ler um livro e apreciar o café. Mas podemos ir mais longe, como por exemplo ter um tatuador, um espaço destinado para pequenos workshops, ou até mesmo serviço de costureira. A ideia é fugir ao óbvio e ter num só espaço várias marcas e serviços que cumpram com as necessidades dos nossos clientes.”
Todos os artistas e marcas que queiram associar-se ao projeto da Complexo Concept Store têm a porta aberta, garante Marta Fonseca. As peças disponíveis podem ser compradas através do site da loja.