LET'S ROCKCristiana Costa estava a tirar o mestrado em Design de Moda, na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, em 2016, quando começou a visitar fábricas e fornecedores portugueses e a perceber que grande parte das marcas internacionais que admirava eram feitas cá. Essa descoberta foi determinante para a designer, que sentia que faltava no mercado uma empresa portuguesa de roupa sustentável.
Aos 25 anos, lançou-se em estudos de mercado e parcerias, que acabaram por resultar, em 2017, na criação da Näz, uma marca portuguesa feita com excedentes de produção, materiais reciclados e fibras ecológicas. Dois anos mais tarde, o conceito cresceu e transformou-se finalmente numa loja física de 60 metros quadrados, que se instalou a 7 de setembro na LxFactory, em Lisboa, ao lado do The Therapist.
A maioria das propostas da Näz é feita a pensar em mulheres, mas a oferta alarga-se a homens e miúdos também. Há T-shirts, sobretudos, calças, vestidos e macacões — e é tudo produzido no nosso País. “Não fazia sentido criar uma marca e esta não ser produzida em Portugal do modo mais justo possível” conta à NiT a criadora. Ao longo de todo o processo criativo, há uma preocupação constante com as pessoas e o ambiente, que se traduz na utilização de materiais naturais, minimalistas e com fibras fáceis de reciclar.
Mas a Näz também vende outras marcas com a mesma linha de valores, como as calças de ganga de algodão reciclado da Mud Jeans, roupa da ArmedAngels e da ThinkingMu, mochilas da Sandqvist e, brevemente, da Fjallraven e ténis da Wayz. Para estender o estilo de vida sustentável ao dia-a-dia, há garrafas da Dopper, copos menstruais da Organii Cups ou champôs sólidos, esfoliantes, bolsas e desodorizantes naturais da Mind The Trash.
“Inicialmente as pessoas não compreendiam muito bem o conceito do vestuário sustentável”, explica Cristiana, que acredita que a moda é uma das áreas onde é mais difícil haver uma consciencialização. “Compravam as peças porque eram bonitas e o sustentável era apenas um acrescento”.
As coisas mudaram muito desde 2017. Em apenas dois anos, os portugueses começaram a procurar estas alternativas ecológicas e a aperceber-se do impacto ambiental da indústria têxtil. “Agora é completamente diferente. É incrível ver a mudança e perceber que as pessoas estão cada vez mais informadas. Ver que tantos portugueses estão a fazer esse caminho para um estilo de vida com menos impacto e mais consciente é inspirador”.
As peças da Näz podem ir dos 40€ (uma T-shirt) aos 200€ (um sobretudo de lã reciclada). Mas os preços são vastos, com garrafas da Dopper por 12,50€ e mochilas da Sandqvist por 119€.
Apesar de já ter as portas abertas, a Näz tem uma campanha crowdfunding a funcionar até 30 de setembro com o objetivo de angariar dinheiro para adquirir materiais como um computador, impressora e mobiliário para o novo espaço. À hora de publicação deste artigo, a marca tinha conseguido angariar 1415€, 35 por cento do objetivo final de 4000€. Quem contribuir, é recompensado com workshops, ofertas, descontos e um cabaz de compras.
Quem manda nisto tudo?
Nome: Cristiana Costa.
Idade: 25.
Profissão: Fundadora e designer da Näz.
Guilty pleasure: “Cantar (não tão bem) a conduzir”.
Peça favorita: “As nossas futuras camisolas de malha”.
Convença-nos a conhecer a marca: “É o sítio perfeito para começar a jornada para um estilo de vida sustentável, sem descurar o estilo!”.
A seguir, carregue na galeria para conhecer melhor o espaço e as peças da Näz.
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